quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Etimologia Fake

Fiat Lux!

Caríssimos leitores, sendo perspicazes como sois, já devem ter reparado que na rede pululam fatos e informações da mais descarada improcedência e falsidade.
Cansada de lutar contra isto, dei-me por vencida e resolvi unir-me a eles, aos descarados falsificadores; então criei uma pequena e singela contribuição etimológica para a avalanche de falsidades que assola a web. Lá vai.

REMÉDIO
A origem do vocábulo "remédio" remonta à época dos antigos Essênios (2600 a.C.), os quais, desconhecendo completamente a química, a biologia, a farmacologia e a medicina, costumavam curar suas doenças e achaques através de mantras entoados pelos sacerdotes, mantras estes que só surtiam efeito se fossem entoados no exato tom entre o ré maior e o ré menor, ou seja, em ré médio.

MEDICINA
A origem do vocábulo "medicina" remonta à época dos antigos Sumérios (2800 a.C.), os quais, como seus futuros colegas Essênios, desconhecendo completamente a química, a biologia, a farmacologia e as medicinas alternativas, ao se depararem com seus pacientes enfermos nada mais podiam fazer a não ser escarafunchar aqui e ali, apalpar aqui e acolá, fazer uma sangriazinha básica utilizando nojentas sanguessugas ou adagas de osso rituais, para então declinar seu diagnóstico, que se restringia a uma mera datação da desgraça (ou da bonança) do sofrente, dizendo:
"Este aqui já está com o pé na cova."
"Aquele ali ainda vai aguentar umas 37 luas."
"Esta aí vai ficar boa, mas vai demorar um pouquinho e vai custar uns doze cabritos, cinco ovelhas, quatro búfalos e umas barrinhas de ouro."
Daí que eles apenas mediam a sina do sujeito -- daí o termo: "mede sina", que com o tempo tornou-se "medicina".

BASTARDO
As cidades primitivas costumavam ser cercadas por altas muralhas, em cujos cantos se erguia o bastião, que era uma espécie de forte guarnecido de bravos guerreiros que ficavam vigiando durante a noite e a madrugada, de modo a poder rechaçar os inimigos sem demora e com segurança.
Acontecia, porém, que as donzelas fogosas e incontidas do local às vezes fugiam de suas alcovas, alta madrugada, e iam alegres e fagueiras entregar-se aos bravos guerreiros, cheios de tédio, frio e sono trancados nos bastiões. Passados alguns meses, estas donzelas surgiam com rotundas barrigas e as pessoas, então, comentavam:
"Esta criança aí é filha do bastião tardo."
Com o tempo e a preguiça vernacular, o termo foi encurtado para "bastardo".
Esta é também a origem de um conhecido nome:
"Esse é bastião!" diziam as más línguas sobre aqueles cuja paternidade era controvertida.
"Cê é bastião, cabra safado!" diziam os maledicentes para seus desafetos.
Com o tempo e a vernacular preguiça, o termo encurtou-se e se tornou nome: "Sebastião".

MÚSICA
A origem do vocábulo "música" remonta à época dos Gregos Helênicos (6700 a.C.), os quais, ainda criando e balbuciando os primeiros vocábulos, costumavam comunicar-se através de sons onomatopéicos (como splash, atchim, cóf-cóf, pum etc), e sendo grandes admiradores dos sons melodiosos e harmoniosos, passeavam pelos campos a ouvir seus animais cantando -- a vaca fazendo "múúúuu", a abelha fazendo "zíííiiii" e o galo fazendo "cacaricó" --, então criaram o termo mu-zi-ka para designar todo e qualquer som melodioso e harmônico. Com o tempo e a vernacular preguiça, o vocábulo passou a ser grafado assim: "música".

RESPEITO
O vocábulo "respeito" remonta à época da ocupação moura na Península Ibérica (2500 a.C.), quando os bravos e bárbaros guerreiros, para angariar a admiração e a aprovação de seus pares, costumavam enfrentar um touro (res), igualmente bravo, de peito aberto, ou seja, destituídos de seus coletes de couro e de suas cotas de malha. Os companheiros daquele que obtinha sucesso em tal empreitada, então, diziam:
"Este é um bravo! Enfrenta a res de peito aberto!"
Com o tempo e com a vernacular preguiça, o termo foi-se encurtando:
"Este é um res-de-peito-aberto!"
"Este é um res-de-peito"
Sendo, porém, os lusitanos dados a uma reinterpretação das idéias, com o tempo passaram a dizer:
"Este é de-res-peito, ó pá!"
Até o termo se tornar simplesmente "respeito".

FORMIGA
O vocábulo "formiga" remonta à época dos primitivos Anglo-Saxões (4600 a.C.), os quais, sendo muito brincalhões, costumavam juntar uma razoável quantidade daqueles bichinhos, cuja picada ardia como fogo, acondicionando-os em belas embalagens para presente e os ofertando aos incautos amigos que, ao recebê-los, diziam:
"For me, guy?"
Com o tempo e com a vernacular tradução pro lusitano, o termo acabou virando "formiga".

COMUNISTA
O vocábulo remonta à época dos antigos Czares Russos (1700 a.C.), quando existiu um singelo camponês das estepes que, mesmo sendo muito pobre, costumava repartir na marra e na manha os bens e recursos daqueles mais abastados com os mais necessitados. Este camponês, de nome Istaparovsk, era mais conhecido por seu apelido, Ista; e quando alguém queria dizer que um sujeito era extremamente generoso e altruísta (sem trocadilhos e com o dinheiro alheio), dizia:
"Este é como um Ista!"
Com o tempo e com o frio de rachar que fazia por aquelas bandas, obrigando-os a falar entre dentes, a frase passou a ser pronunciada assim:
"Este é comunista!"

CARROÇA
O vocábulo "carroça" remonta à época dos primeiros fabricantes de carros de luxo de Detroit, USA (1936 a.C.), os quais, orgulhosos, arrogantes e fanfarrões, quando viam alguém conduzindo um humilde veículo de tração animal passar pelo seu brilhante e possante Cadillac rabo-de-peixe, costumavam rir e debochar dizendo:
"Lá vai o pobretão com seu carro da roça! Rá rá rá!..."
Com o tempo e com a vernacular preguiça dos capiaus, o termo encurtou-se e virou "carroça", sô.

RECORDE
O vocábulo "recorde" remonta à época dos primitivos Nordestinos da região do Agreste (1500 a.C.), os quais, durante os prolongados períodos de seca, quando não tinham o quê nem como plantar, nem mais animais para cuidar, nem nada mais para fazer e, extenuados pela sede e pela fome, costumavam andar de quatro, para lá e para cá, caçando mandacaru, para passar o tempo usavam propôr uns aos outros:
"Ramo rê (vamos ver) quem corre mais, de quatro?"
Com o tempo e com o vernacular cansaço que a brincadeira produzia, foram abreviando a fala para:
"Rê quem corre mais de?"
"Rê quem cór de?"
E assim surgiu o termo "recorde" que, na atualidade, passou a ser utilizado genericamente para designar qualquer feito portentoso que ultrapasse a marca anteriormente registrada.

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