terça-feira, 30 de agosto de 2011

Crônica da magrela louca



Neste mês que passou, estive tão ocupada que não pude prestar muita atenção no que acontecia pelo mundo afora.

Só sei que havia um polvo argentino, chamado Bruno, que matou o goleiro bonitão da seleção espanhola com um tremendo chutaço na cobrança do pênalti que não houve, mas que o juiz japonês apitou equivocadamente.
Daí o Nelson Mandela botou a boca na vuvuzela pra denunciar o enriquecimento ilícito do urânio iraniano. Mas o vaiatolá de lá se justificou dizendo que precisava se defender dos ataques do demônio imperialista turco, que afundou um navio-petroleiro judeu no Golfo do México, na maior traição, bem na hora do jogo do Brasil contra a Uganda, que veio na maior gana de vencer o dream team tupiniquim na Costa do Marfim.
A coisa foi tão séria que até o Fidel, que andava meio morto e enterrado, apareceu vivinho de castro na TV e fez um breve discurso de 97 horas só pra dizer que charuto não é chupeta e que o Dunga tinha toda a razão de andar zangado com aqueles jogadores molengões de uma figa, que só tavam interessados em fornecer manchester pro arsenal da globo em real madrid. Pra piorar, ganham polpudos salários em euros capitalistas selvagens e, no mais solene desrespeito com o meio ambiente, ainda eliminaram um tal de pato ou ganso chamado Neimar. Dizem que esse aí chegou até a fazer greve de fome, deixando de ser tão fominha ao pegar na bola e passando a dar passe e jorei pra todo lado. Hum-hum, zinfíi...
E no final de tudo, descobriu-se que o grande vilão da história foi o Mick Jagger que, com o seu notório pé gelado, trouxe má sorte pro esquete brasileiro. O qual, em vez de rolar a jabiraca, acabou foi rolling stones...

(texto postado no Recanto das Letras em 15/07/2010)


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nóis agora é crasse média!




-- Creuzileidy, minha nêga, nóis agora é crasse média! :)

Foi assim que o "Assistente Operacional da Construção Civil" -- ex-ajudante de obras --, desempregado, naturalmente, e sustentado pelo Seguro Desemprego, bem como pela Bolsa Família e pelos eventuais bicos em que faz de conta que trabalha, comemorou a aquisição de seu mais recente bem de consumo: uma TV LCD de 42 polegadas.
Mas a Creuzileidy, sua nêga, que estava naqueles dias de TPM e lucidez, rebateu de bate-e-pronto:

-- Só se for crasse   m é r d i a , Wesleyson, pruque a fossa tá vazano de novo. E tá essa nojera tudo imporcaiano e carcumeno a rua, que os ômi disse que ia butá isgoto e carçamento pra nóis e num butô nadinha, tem pra mais de oito ano que eles diz que vai ponhá e num sai do "diz-qui-faiz".

-- Ah, Creuzileidy, tu larga de sê injusta, muié. Nóis agora tem geladera fró... fróis... aquele trem que num pricisa de discongelá, mánica de lavá ropa, forno de microonda, parêio de som cum MP3 inté MP1000, computadô, celulá, tudim que nóis comprô cum prestação bem baratim.

-- Larga de sê troxa, ômi! Se ocê faiz as conta, quando que ocê cabá de pagá essas prestação, vai tê pagado duas ou trêis vêiz o valô dessa trapizonga tudo, ô bestcha! Tu tá é encheno a burra dos dono das loja. Se ocê tinha guardado esse dinhero na popança, no final do mermo tempo que vai levá pra cabá de pagá as prestação, tu comprava tudim que comprô em dobro.

-- Mais aí nóis ficava sem geladera, sem microonda, sem TV LCD, sem nada inté pudê comprá.

-- Ô, Wesleyson, criatura, raçocina mais eu: tu num viveu inté hoje sem essas traia tudo? Tu morreu pru causa disso? Custava vivê mais um cadim desse jeito e isperá pra num isperdiçá dinhero, ômi de Deus?

-- Ô, Creuzileidy, nóis num pudia isperá nada. Vai que o ômi lá de cima num consiguia elegê de novo nem num consiguia elegê aquela otra lá que vai fazê ingalzim ele. Aí pirigava nóis perdê essa ajuda tudo que eles dá pra nóis. Ocê num se alembra cumé que era antes, não? Nóis tinha que ralá feito uns condenado pra ganhá uma mixaria.

-- É, pelo meno nóis ganhava cum o suó do trabaio nosso honestcho e num pricisava de ficá dependeno desse ou daquela elegê pra nóis ficá nessa vagabundage, cum o fiofó na mão de medo de perdê a mamata.

-- Tu prifiria ralá feito uma condenada, muié?

-- Prifiria e prifiro ainda. É mais honestcho. Até pruque se nóis trabaia, nóis tem mais pudê de barganhá, de inxigi os direitcho nosso. Sem contá que tu naquele tempo num vivia bebo feito um gambá o tempo todo, era só de vêiz em quano.

-- Tu tem cada ideia, muié! Eu prifiro cuma é agora. Os minino nem num tem que ir pra iscola mais pra nóis ganhá a bolsa!

-- É, os minino nem num tem mais que ir pra iscola, nem num ia mermo pruque num tem merenda e os professô veve de greve, inda pirigava o teto da iscola dispencá nas cabecinha deles. E ocê acha isso bão, né? Teus fíi vai crecê burro ingal ocê, sem instrução, sem profissão, uns disqualificado, e ocê acha que isso é bão.

-- Mais eles pode istudá na facudade! Agora é moleza entrá na facudade.

-- Wislim, meu nêgo, antes de entrá na facudade eles pricisa istudá na iscola. Linhais, nem num pricisa entrá na facudade pra aprendê um ofiço decente de bombero, de letricista, de técono de computadô, de um monte de ofiço bão que aprende na iscola ténica. Num sei pruque que os pissuá tudo só qué sabê de facudade agora! Ocê já pensô se todo mundo qué sê só dotô, onde é que vai rumá gente pra fazê o trabaio do letricista, do bombero, do técono...?

-- Isso é pobrema deles lá de cima. Eles que resolve. É só nóis continuá votano em quem que o ômi aquele mandá nóis votá, pra num perdê os adijutório.

-- Ô, Wesleyson de Deus, ômi, ocê acha mermo que isso vai continuá pra todo sempre, criatura? Um dia tudo isso pode cabá, istancá. Um dia eles pode dizê sem mais nem essa nem aquela que o dinhero deles lá cabô e que num tem mais pra dá pra nóis. Se ocê se fia nessa esmolança pra vida toda, tu é mermo uma besta, Wislim!

-- Ô, Creuzileidy, ocê acha mermo que isso pode assucedê? Se o dinhero cabá, eles manda fazê mais.

-- Ômi do céu, tu é mermo disinformado. Eles num tem pudê de fazê dinhero. Eles pricisa vendê uns trem pros istrangero, pegá os imposto que os crasse média de verdade paga cum os salaro deles e essas coisa que eu num comprendo muito bem, mas que é assim que assucede. Se um dia dá um pipoco nos negoço dos rico e dos istrangero, nóis tudo fica no sal.

-- Cuma é que ocê sabe isso?

-- Pruque eu era impregada de uma professora que ixplicô tudim pra eu. Foi onde que eu assuntei que o istudo faiz mermo falta. E que se nóis qué mermo sê crasse média, nóis tem que istudá pra aprendê um ofiço, trabaiá, ganhá salaro e pagá imposto pra pudê morá num bairro com rua carçada, cum isgoto, com ombus miózim e iscola e hospital de gente rico. E votá no candidato que nóis iscoiê não pruque vai dá ismola, mais pruque vai fazê miorá as rua, os isgoto, os hospital, as iscola, os emprego, mas miorá de verdade, né só de prometê ou de dizê que feiz e num feiz nada.

-- E inxiste candidato esse que promete essas coisa e faiz, nêga?

-- Taí, Wislim, tô pra vê um que faiz isso pra nóis que é crasse mérdia, meu nêgo. Eles só faiz mioria mermo é pra gente rico. Pra nóis, ou eles dá uma ismolinha ou eles dá só promessa.

*

No dia em nós, como povo, entendermos que depende muito da gente -- e não só dos políticos, que são do mesmo povo e eleitos por nós, do povo --, este país poderá se desenvolver de verdade e não só de faz de conta.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mudansança




Mudança é bom, a gente muda de ares, lares e lugares, mudam-se as paisagens, as visagens e outras agens, mudam-se os vizinhos, os caminhos e os eventuais espinhos, mas também cansa. E como cansa!
Não foi desta vez ainda que me mudei, mas ajudei a mudar o Binha, amigo-sobrinho muito querido, companheiro das happy hours (e das bad hours também), bom de copo e de papo e que, como eu, não perde a piada nem o amigo nem chance alguma de destilar o mais puro besteirol pra pontuar os assuntos sérios que insistem em ser debatidos nesta vida séria de adulto.
Não que eu estivesse muito disposta a pegar no pesado, que amizade tem limites, tanto que cheguei, me sentei na única cadeira livre, abri uma cerveja e fiquei filosofando sobre o quanto o trabalho alheio é dignificante e construtivo, algo que realmente nos enobrece e motiva. Mas logo-logo o sujeito me delegou tarefas bem criteriosas: de fato, não peguei no pesado, mas caminhei quilôôômetros indo ali no comércio de quando em vez pra comprar miudezas e que tais, buscando carrinho de compras do condomínio e fazendo trocentas viagens pra me livrar das caixas que aos poucos foram se esvaziando y otras cositas mas.
Nessas idas e vindas, fiquei íntima dos porteiros e de alguns dos vizinhos, que pensavam que era eu a feliz nova moradora do pedaço. E a Providência premiou minha prestatividade, ainda que compulsória, ao colocar ali no banco de concreto dos pilotis um rapaz ensaiando um belíssimo violão erudito, tocado com muita competência e graça, quiçá um rondó ou algo do gênero, e eu me pus ali parada, toda ouvidos, até me lembrar que não tava ali a passeio, mas isaurando por um amigo que já isaurou por mim também em outras ocasiões. Um mamão lava o outro, né?

Agora o Binha tá lá, junto com os filhotes, muito bem alojado, ou melhor, apartamentado,
tudo nos lugares certos -- que o moço é jeitoso e logo transformou aquela balbúrdia de coisas dispersas num lar acolhedor e bonito -- e isso deixou todo mundo contente. E eu fiquei com mais vontade ainda de que chegue logo a minha vez de juntar as tralhas todas e me mandar daqui pra outro canto mais promissor e aconchegante. Há de. Preciso tirar o limo, como fazem as pedras que rolam.
Enquanto não chega a minha vez, continuo aqui ralando e me recuperando da canseira que foi descansar ajudando o amigo-sobrinho a se mudar. Ufa!... Tá pensando que é mole ficar olhando os outros enquanto eles pegam no pesado, tá? Eu fiquei e-xaus-ta!




domingo, 10 de outubro de 2010

Tremendão!

"Well, shake it up baby now
(Shake it up baby)
Twist and shout"
(The Beatles - Phil Medley / Bert Russell)


Eu tava na ressaca de uma pós-enxaqueca, meio zonza, meio lesa, quando de repente a mesa do computador começou a chacoalhar. Pensei que tinha dado um esbarrão na dita cuja, sem me dar conta do fato, e segurei a beirada pra estabilizar. Mas em vez da mesa parar, a cadeira também começou a chacoalhar de levinho. E eu pensei: que melda é essa? Será que eu tô assim tão trêmula?
Só no dia seguinte fiquei sabendo o que tinha acontecido. Ao ler o jornal, vi que Brasília e Erasmo Carlos tinham algo em comum: ambos são tremendões. Uma placa tectônica resolveu se espreguiçar e provocou a chacoalhada no Planalto Central. Pelo menos foi isso que os geólogos disseram. Eu tenho outra teoria.
A pele do cavalo dá umas tremidinhas pra espantar as moscas, não dá? Pois foi isso que a pele do planalto fez: deu uma tremidazinha básica pra espantar os parasitas. Pena que não tremeu o bastante. Os parasitas continuam aqui, alguns no final do prazo de validade, outros prestes a renovar, outros mais a iniciar.
E os maledicentes elaboraram uma terceira teoria: dizem que foi um flato da Dilma que causou a tremedeira. Que exagero! Ela não tá com todo esse gás, não. Mas bem que poderia ter acontecido de o planalto estar tremendo de medo que a Wilza... não, a Wilma... não, a Weslian Horroriz ganhe no segundo turno. Afinal, se um horroriz incomoda muita gente, dois horrorizes incomodam, incomodam muito mais.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

NOVAS PROFISSÕES


 texto de  Maria Iaci e  Vany Grizante Oswaldo Biancardi Filho






- Almoxerife: policia e prende quem rouba o almoxarifado.
- Anustesista: aplica anestesia com injeções no... glúteo.
- Arquitétrico: só faz casas medonhas.
- Azulegista: faz necropsia de azulejos finados.
- Betaiate: o segundo costureiro da turma; o primeiro é o Alfaiate.

- Biombeiro: combate incêndios em biombos e divisórias em geral.
- Boiólogo: estuda as bichas.
- Corpinteiro: faz telhados altos, onde cabe uma pessoa de pé.

- Costoureiro: responsável pelas roupas dos ídolos das touradas.
- Devogado: profissional do Direito com especialização em trambiques pecuários.
- Escrotor: escreve livros horrendos.
- Exgenheiro: só faz projetos externos.

- Farmacético: não acredita muito nos remédios que comercializa.
- Fornoaudiólogo: ensina pessoas com problemas de fonação e audição a preparar deliciosas tortas.
- Jardinheiro: expert em plantar e cuidar de grana.
- Ingenheiro: só faz projetos internos.
- Menteorologista: faz previsões climáticas furadas na TV.
- Merceneiro: faz móveis apenas por interesse pecuniário.
- Motoboi: faz delivery de carne pra churrasco.

- Motorrinolaringologista: trata dos ouvidos e garganta de motoqueiros.
- Observente de Peidreiro: aprendiz de peidreiro (veja adiante o verbete para este último).
   obs.: alguns etimólogos preferem o termo Absorvente de Peidreiro.

- Osculista: especialista em beijos.

- Ourríveis: lida com artefatos de ouro de extremo mau gosto.
- Peidreiro: usa gases biodigestivos na argamassa aerada.
- Percevejeiro: faz, perseverantemente, cerveja à base de percevejos.
- Pilontro: corredor automobilístico que sacaneia os adversários.

- Pisaiolo: prepara pizzas inclinadas.
- Piscólogo: estuda todo tipo de piscadas e piscadelas.
- Pobrecitário: faz propagandas para empresas que estão no vermelho.

- Ripórter: comunicador que só faz matérias engraçadas. 
- Saparteira: só faz parto de caminhoneiras, estivadoras e sapatões grávidas em geral. 
- Saúva-vidas: zela pela segurança das formigas nas praias.
- Timtureiro: lava e passa celulares da Tim.
- Veturinário: urologista animal.

domingo, 8 de agosto de 2010

Coleta Seletiva de Lixo








Passando em frente ao Congresso, reparei que por ali por perto havia daqueles recipientes coloridos para coleta seletiva de lixo. Então, além de os próprios nobres parlamentares (como de costume), uma dúvida cruel me assaltou:
   Em qual deles devemos descartar deputados e senadores?
   Afinal, todos são orgânicos, pois organizam-se em quadrilhas para tramar falcatruas e sugam o erário dos órgãos responsáveis pelo bem estar geral da Nação. Fora o que, todos têm prazo de validade e muitos já cheiram à podridão há muito tempo. Mas alguns são recicláveis e, entra governo, sai governo, seja dito de direita ou de esquerda ou neo-liberal, estão sempre voltando pra onde jamais deveriam ter ido, ou seja, pro Poder.
    Poderiam também ser descartados nos recipientes destinados à madeira, porque todos, sem exceção, caracterizam-se pela lustrosa cara de pau.
    Mas também podem ser jogados nos recipientes para vidro, pois não há entre eles quem não tenha telhado feito deste material.
   Poderiam ainda ser descartados nos recipiente para metal, pois seus bolsos, cuecas, malinhas e maletas, bem como meias, vivem recheados de vil metal.
    No de papel também, porque os projetos que enchem as vistas dos eleitores não saem do papel e eles, os nobres parlamentares, vivem fazendo papelão. De quê, nem preciso dizer.

Sei não...  às vezes penso que um bom e velho aterro sanitário pode dar conta disso. Afinal, sanear as finanças públicas talvez dependa de um gesto radical: botar tudo no lixo mesmo e, de repente, fazer com que virem adubo. Mas não esquecendo de descontaminar antes, para que a ladroeira não dê frutos. Economizamos os recipientes e os conservamos para reciclar o que deve ser reciclado, jogamos fora o que deve ser jogado e, acima de tudo, pensamos no meio ambiente: deixamos apenas aqueles políticos realmente interessados na  sustentabilidade e na preservação da nossa natureza (se é que eles existem): tanto a biológica, com nossas matas e rios, quanto humana - nossa propalada credulidade e ingenuidade, que deixou que as coisas chegassem a esse ponto!

Provavelmente, em frente ao Planalto não haverá desses recipientes para lixo reciclável. É possível que haja apenas um grande contêiner, porque não há como se diferenciar um presidente de outro, nem um ministro do supremo de outro: é tudo a mesma b... bela porcaria. E como fedem!...

Bem, pelo menos temos alguém feliz com isso: as moscas.


Maria Iaci e Vany Grizante


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Neurônios nada poéticos e muito calorentos




Aqui estava eu, tentando compor uma poesia de amor... mas o calor (e não é pra rimar) está demais!
Imagine o verão no inferno... Imaginou? Pois aqui está mais quente ainda!

Então meus neurônios se rebelaram e resolveram que eu só iria escrever o que eles quisessem. Assim, conforme eu tentava escrever um verso, eles já se interpunham e o reescreviam.

Meus neurônios com calor ficam insuportáveis!
E a poesia ficou assim:


(Só um bilhete de paixão eu te escrevi)
 Só um sorvete de limão eu consegui

(Pois me conduz, me joga ao vento o teu ardor)
 Onde é que eu pus a droga do ventilador?

(Espero o abraço carinhoso, o meu albergue)
 Quero um pedaço bem frondoso de iceberg

(É o apelo de teu par, ó meu amor...)
 Me dá mais gelo pra botar no regador...


            (Eu me orgulho desta sina que me guia)
             E eu mergulho na piscina de água fria

            (Até um corpo em que me veja revelada)
             Até o copo de cerveja bem gelada

            (Teu corpo esguio encobre a leve calmaria)
             Sonho que esquio sobre a neve bem macia

            (E me assombra a paixão abençoada)
             E minha sombra aqui no chão tá bem suada.


(Eu vou mimar o meu amado para sempre)
 Eu quero o ar condicionado bem de frente

(Tu não atinas que de chofre tenho paz)
 A serpentina gela o chope do rapaz

(A tua amada viverá sempre ao teu lado)
 É limonada, guaraná e chá gelado

(E eu sozinha, abandonada, nunca mais!)
 Da caipirinha bem gelada eu quero mais!



Vany Grizante e Maria Iaci