quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Fã de desenhos animados



Desde criança sou fã dos desenhos animados.
Dos comuns da TV -- quem da minha geração não se divertiu horrores com a Tartaruga Touché, Lip the Lion and Hardy Har-Har, Pepe Legal, Bob Pai e Bob Filho, Olho Vivo e Farofino, Mandachuva, Zé Colméia e Catatau, Wally Gator, Speed Racer, Homem de Ferro, O Poderoso Thor, Johnny Quest? --, até os mais que perfeitos desenhos animados do Walt Disney.
Nunca deixei de gostar do gênero, nem mesmo naquela época em que os universitários faziam de tudo pra parecerem muito maduros e politizados, evitando a todo custo qualquer hábito ou preferência que os associasse ao tolo universo infantil.

Este causo sucedeu-se num domingo, em pleno final de semestre, quando a gente se reunia na faculdade pra fazer os zil trabalhos e projetos, frequentemente virando noites e mais noites pra conseguir dar conta do recado.
Pois justamente naquele domingo -- e só naquele domingo, numa única seção -- estaria sendo exibido num cinema da cidade o meu filme predileto de animação do Walt Disney: Fantasia. Ainda não havia os videocassetes, de modo que esta seria uma oportunidade imperdível.

Planejei contar uma mentirinha inócua pros colegas quando chegasse a hora de ir pro cinema, que eu não era besta de dar bandeira de infantilismo no meio daquele bando de gozadores ou de sisudos ativistas do movimento estudantil.

-- Pessoal, desculpa, mas eu tenho que buscar minha tia no aeroporto.

Não só ninguém se deu conta de que isso seria impossível, posto que o meu veículo naquela época era uma bicicleta comum de dez marchas, como vieram as réplicas uma após a outra:

-- Ah, tudo bem. Eu também tenho que ir pra casa, dar banho no cachorro.

-- E eu tenho que ir no pronto-socorro, cof-cof, tô pra morrer aqui!

-- Hoje é aniversário do meu pai, tenho que ir também.

-- Eu vou no casamento do meu primo.

E sem perda de tempo, cada qual com sua desculpa esfarrapada, foram todos embora ligeiros.
E qual não foi minha surpresa quando, ao chegar no cinema, encontrei todos os colegas lá!

:)

O tempo passou, as técnicas evoluíram e eles nem se chamam mais "desenhos animados", são pura e simplesmente "animações". Há muito que já não me importo de declarar abertamente meu gosto por eles, os desenhos, ou por elas, as animações. E ontem fui assistir A Era do Gelo 3 em 3D, com uma amiga.

Chegando lá, foi com um sorriso cúmplice e admirado que percebi na plateia, entre as muitas crianças presentes, vários casais de namorados, gente de meia idade e alguns simpáticos velhotes, todos absolutamente desprovidos do álibi de ter levado o filho, o sobrinho ou os netinhos. Foram lá, sem pudor algum, do mesmo modo que eu e minha amiga, pra assistir a animação por vontade própria.
E as risadas mais altas e divertidas vinham justamente dos marmanjos e marmanjas que se esbaldaram com o filme!

Eu já havia observado o mesmo "fenômeno" ao assistir Ratatouille, A Noiva Fantasma, Schreck, bem como A Era do Gelo 1 e 2, entre outros.
Muito melhor do que prozac, vale por umas 15 seções de análise ou umas 6 cartelas de ansiolíticos.

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