tag:blogger.com,1999:blog-40911029422087985382024-03-05T20:21:17.761-03:00Humor PurgativoMaria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.comBlogger47125tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-37644052878779312832011-08-30T15:33:00.000-03:002011-08-30T15:33:49.360-03:00Crônica da magrela louca<br />
<br />
Neste mês que passou, estive tão ocupada que não pude prestar muita atenção no que acontecia pelo mundo afora.<br />
<br />
Só sei que havia um polvo argentino, chamado Bruno, que matou o goleiro bonitão da seleção espanhola com um tremendo chutaço na cobrança do pênalti que não houve, mas que o juiz japonês apitou equivocadamente.<br />
Daí o Nelson Mandela botou a boca na vuvuzela pra denunciar o enriquecimento ilícito do urânio iraniano. Mas o vaiatolá de lá se justificou dizendo que precisava se defender dos ataques do demônio imperialista turco, que afundou um navio-petroleiro judeu no Golfo do México, na maior traição, bem na hora do jogo do Brasil contra a Uganda, que veio na maior gana de vencer o dream team tupiniquim na Costa do Marfim.<br />
A coisa foi tão séria que até o Fidel, que andava meio morto e enterrado, apareceu vivinho de castro na TV e fez um breve discurso de 97 horas só pra dizer que charuto não é chupeta e que o Dunga tinha toda a razão de andar zangado com aqueles jogadores molengões de uma figa, que só tavam interessados em fornecer manchester pro arsenal da globo em real madrid. Pra piorar, ganham polpudos salários em euros capitalistas selvagens e, no mais solene desrespeito com o meio ambiente, ainda eliminaram um tal de pato ou ganso chamado Neimar. Dizem que esse aí chegou até a fazer greve de fome, deixando de ser tão fominha ao pegar na bola e passando a dar passe e jorei pra todo lado. Hum-hum, zinfíi...<br />
E no final de tudo, descobriu-se que o grande vilão da história foi o Mick Jagger que, com o seu notório pé gelado, trouxe má sorte pro esquete brasileiro. O qual, em vez de rolar a jabiraca, acabou foi rolling stones...<br />
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(texto postado no Recanto das Letras em 15/07/2010)<br />
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Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-83181205311050471822010-10-15T18:22:00.013-03:002010-10-15T18:36:55.835-03:00Nóis agora é crasse média!<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
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<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Creuzileidy, minha nêga, nóis agora é crasse média! :)</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Foi assim que o "Assistente Operacional da Construção Civil" -- ex-ajudante de obras --, desempregado, naturalmente, e sustentado pelo Seguro Desemprego, bem como pela Bolsa Família e pelos eventuais bicos em que faz de conta que trabalha, comemorou a aquisição de seu mais recente bem de consumo: uma TV LCD de 42 polegadas.</span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Mas a Creuzileidy, sua nêga, que estava naqueles dias de TPM e lucidez, rebateu de bate-e-pronto:</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Só se for crasse m é r d i a , Wesleyson, pruque a fossa tá vazano de novo. E tá essa nojera tudo imporcaiano e carcumeno a rua, que os ômi disse que ia butá isgoto e carçamento pra nóis e num butô nadinha, tem pra mais de oito ano que eles diz que vai ponhá e num sai do "diz-qui-faiz".</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Ah, Creuzileidy, tu larga de sê injusta, muié. Nóis agora tem geladera fró... fróis... aquele trem que num pricisa de discongelá, mánica de lavá ropa, forno de microonda, parêio de som cum MP3 inté MP1000, computadô, celulá, tudim que nóis comprô cum prestação bem baratim.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Larga de sê troxa, ômi! Se ocê faiz as conta, quando que ocê cabá de pagá essas prestação, vai tê pagado duas ou trêis vêiz o valô dessa trapizonga tudo, ô bestcha! Tu tá é encheno a burra dos dono das loja. Se ocê tinha guardado esse dinhero na popança, no final do mermo tempo que vai levá pra cabá de pagá as prestação, tu comprava tudim que comprô em dobro.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Mais aí nóis ficava sem geladera, sem microonda, sem TV LCD, sem nada inté pudê comprá.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Ô, Wesleyson, criatura, raçocina mais eu: tu num viveu inté hoje sem essas traia tudo? Tu morreu pru causa disso? Custava vivê mais um cadim desse jeito e isperá pra num isperdiçá dinhero, ômi de Deus?</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Ô, Creuzileidy, nóis num pudia isperá nada. Vai que o ômi lá de cima num consiguia elegê de novo nem num consiguia elegê aquela otra lá que vai fazê ingalzim ele. Aí pirigava nóis perdê essa ajuda tudo que eles dá pra nóis. Ocê num se alembra cumé que era antes, não? Nóis tinha que ralá feito uns condenado pra ganhá uma mixaria.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- É, pelo meno nóis ganhava cum o suó do trabaio nosso honestcho e num pricisava de ficá dependeno desse ou daquela elegê pra nóis ficá nessa vagabundage, cum o fiofó na mão de medo de perdê a mamata.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Tu prifiria ralá feito uma condenada, muié?</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Prifiria e prifiro ainda. É mais honestcho. Até pruque se nóis trabaia, nóis tem mais pudê de barganhá, de inxigi os direitcho nosso. Sem contá que tu naquele tempo num vivia bebo feito um gambá o tempo todo, era só de vêiz em quano.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Tu tem cada ideia, muié! Eu prifiro cuma é agora. Os minino nem num tem que ir pra iscola mais pra nóis ganhá a bolsa!</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- É, os minino nem num tem mais que ir pra iscola, nem num ia mermo pruque num tem merenda e os professô veve de greve, inda pirigava o teto da iscola dispencá nas cabecinha deles. E ocê acha isso bão, né? Teus fíi vai crecê burro ingal ocê, sem instrução, sem profissão, uns disqualificado, e ocê acha que isso é bão.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Mais eles pode istudá na facudade! Agora é moleza entrá na facudade.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Wislim, meu nêgo, antes de entrá na facudade eles pricisa istudá na iscola. Linhais, nem num pricisa entrá na facudade pra aprendê um ofiço decente de bombero, de letricista, de técono de computadô, de um monte de ofiço bão que aprende na iscola ténica. Num sei pruque que os pissuá tudo só qué sabê de facudade agora! Ocê já pensô se todo mundo qué sê só dotô, onde é que vai rumá gente pra fazê o trabaio do letricista, do bombero, do técono...?</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Isso é pobrema deles lá de cima. Eles que resolve. É só nóis continuá votano em quem que o ômi aquele mandá nóis votá, pra num perdê os adijutório.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Ô, Wesleyson de Deus, ômi, ocê acha mermo que isso vai continuá pra todo sempre, criatura? Um dia tudo isso pode cabá, istancá. Um dia eles pode dizê sem mais nem essa nem aquela que o dinhero deles lá cabô e que num tem mais pra dá pra nóis. Se ocê se fia nessa esmolança pra vida toda, tu é mermo uma besta, Wislim!</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Ô, Creuzileidy, ocê acha mermo que isso pode assucedê? Se o dinhero cabá, eles manda fazê mais.</span><br />
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<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Ômi do céu, tu é mermo disinformado. Eles num tem pudê de fazê dinhero. Eles pricisa vendê uns trem pros istrangero, pegá os imposto que os crasse média de verdade paga cum os salaro deles e essas coisa que eu num comprendo muito bem, mas que é assim que assucede. Se um dia dá um pipoco nos negoço dos rico e dos istrangero, nóis tudo fica no sal.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Cuma é que ocê sabe isso?</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Pruque eu era impregada de uma professora que ixplicô tudim pra eu. Foi onde que eu assuntei que o istudo faiz mermo falta. E que se nóis qué mermo sê crasse média, nóis tem que istudá pra aprendê um ofiço, trabaiá, ganhá salaro e pagá imposto pra pudê morá num bairro com rua carçada, cum isgoto, com ombus miózim e iscola e hospital de gente rico. E votá no candidato que nóis iscoiê não pruque vai dá ismola, mais pruque vai fazê miorá as rua, os isgoto, os hospital, as iscola, os emprego, mas miorá de verdade, né só de prometê ou de dizê que feiz e num feiz nada.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- E inxiste candidato esse que promete essas coisa e faiz, nêga?</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-- Taí, Wislim, tô pra vê um que faiz isso pra nóis que é crasse mérdia, meu nêgo. Eles só faiz mioria mermo é pra gente rico. Pra nóis, ou eles dá uma ismolinha ou eles dá só promessa.</span><br />
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<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">*</span><br />
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<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No dia em nós, como povo, entendermos que depende muito da gente -- e não só dos políticos, que são do mesmo povo e eleitos por nós, do povo --, este país poderá se desenvolver de verdade e não só de faz de conta.</span><br />
<br style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;" />Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-14128143822238176302010-10-13T16:49:00.002-03:002010-10-14T16:43:39.816-03:00Mudansança<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"></span></span><br />
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<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"><br />
Mudança é bom, a gente muda de ares, lares e lugares, mudam-se as paisagens, as visagens e outras agens, mudam-se os vizinhos, os caminhos e os eventuais espinhos, mas também cansa. E como cansa!<br />
Não foi desta vez ainda que me mudei, mas ajudei a mudar o Binha, amigo-sobrinho muito querido, companheiro das happy hours (e das bad hours também), bom de copo e de papo e que, como eu, não perde a piada nem o amigo nem chance alguma de destilar o mais puro besteirol pra pontuar os assuntos sérios que insistem em ser debatidos nesta vida séria de adulto.<br />
Não que eu estivesse muito disposta a pegar no pesado, que amizade tem limites, tanto que cheguei, me sentei na única cadeira livre, abri uma cerveja e fiquei filosofando sobre o quanto o trabalho alheio é dignificante e construtivo, algo que realmente nos enobrece e motiva. Mas logo-logo o sujeito me delegou tarefas bem criteriosas: de fato, não peguei no pesado, mas caminhei quilôôômetros indo ali no comércio de quando em vez pra comprar miudezas e que tais, buscando carrinho de compras do condomínio e fazendo trocentas viagens pra me livrar das caixas que aos poucos foram se esvaziando y otras cositas mas.<br />
Nessas idas e vindas, fiquei íntima dos porteiros e de alguns dos vizinhos, que pensavam que era eu a feliz nova moradora do pedaço. E a Providência premiou minha prestatividade, ainda que compulsória, ao colocar ali no banco de concreto dos pilotis um rapaz ensaiando um belíssimo violão erudito, tocado com muita competência e graça, quiçá um rondó ou algo do gênero, e eu me pus ali parada, toda ouvidos, até me lembrar que não tava ali a passeio, mas isaurando por um amigo que já isaurou por mim também em outras ocasiões. Um mamão lava o outro, né?<br />
<br />
Agora o Binha tá lá, junto com os filhotes, muito bem alojado, ou melhor, apartamentado,</span></span><span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"> tudo nos lugares certos -- que o moço é jeitoso e logo transformou aquela balbúrdia de coisas dispersas num lar acolhedor e bonito -- e isso deixou todo mundo contente. E eu fiquei com mais vontade ainda de que chegue logo a minha vez de juntar as tralhas todas e me mandar daqui pra outro canto mais promissor e aconchegante. Há de. Preciso tirar o limo, como fazem as pedras que rolam.<br />
Enquanto não chega a minha vez, continuo aqui ralando e me recuperando da canseira que foi descansar ajudando o amigo-sobrinho a se mudar. Ufa!... Tá pensando que é mole ficar olhando os outros enquanto eles pegam no pesado, tá? Eu fiquei e-xaus-ta!</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"><br />
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<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"><br />
</span></span>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-66133785011719216312010-10-10T15:54:00.005-03:002010-10-12T17:23:49.643-03:00Tremendão!"Well, shake it up baby now<br />
(Shake it up baby)<br />
Twist and shout"<br />
(The Beatles - Phil Medley / Bert Russell) <br />
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<span style="font-size: medium;">Eu tava na ressaca de uma pós-enxaqueca, meio zonza, meio lesa, quando de repente a mesa do computador começou a chacoalhar. Pensei que tinha dado um esbarrão na dita cuja, sem me dar conta do fato, e segurei a beirada pra estabilizar. Mas em vez da mesa parar, a cadeira também começou a chacoalhar de levinho. E eu pensei: que melda é essa? Será que eu tô assim tão trêmula?<br />
Só no dia seguinte fiquei sabendo o que tinha acontecido. Ao ler o jornal, vi que Brasília e Erasmo Carlos tinham algo em comum: ambos são tremendões. Uma placa tectônica resolveu se espreguiçar e provocou a chacoalhada no Planalto Central. Pelo menos foi isso que os geólogos disseram. Eu tenho outra teoria.<br />
A pele do cavalo dá umas tremidinhas pra espantar as moscas, não dá? Pois foi isso que a pele do planalto fez: deu uma tremidazinha básica pra espantar os parasitas. Pena que não tremeu o bastante. Os parasitas continuam aqui, alguns no final do prazo de validade, outros prestes a renovar, outros mais a iniciar.<br />
E os maledicentes elaboraram uma terceira teoria: dizem que foi um flato da Dilma que causou a tremedeira. Que exagero! Ela não tá com todo esse gás, não. Mas bem que poderia ter acontecido de o planalto estar tremendo de medo que a Wilza... não, a Wilma... não, a Weslian Horroriz ganhe no segundo turno. Afinal, se um horroriz incomoda muita gente, dois horrorizes incomodam, incomodam muito mais.<br />
<br />
</span>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-57032019294205536032010-09-20T15:40:00.015-03:002010-10-10T16:00:09.715-03:00NOVAS PROFISSÕES<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div> <span style="font-size: medium;"><i><span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">texto de</span></i><span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;"> Maria Iaci <i>e</i> Vany Grizante <i>e </i>Oswaldo Biancardi Filho</span></span><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5rmQAd3McbwCpaPi3fwRW5Gg8TQvRB5DYujmWNutfKwCXB2j6hpzhQIEacOVtz0NJ9biNrBB-kDX0T6Cw3Wm-7xM2z00w75vfppbgUUv89AHy_da8JfUIIOnhCszFYxPeeYMvnk-ap1vh/s1600/discurso+no+esgoto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5rmQAd3McbwCpaPi3fwRW5Gg8TQvRB5DYujmWNutfKwCXB2j6hpzhQIEacOVtz0NJ9biNrBB-kDX0T6Cw3Wm-7xM2z00w75vfppbgUUv89AHy_da8JfUIIOnhCszFYxPeeYMvnk-ap1vh/s320/discurso+no+esgoto.jpg" /></a></div><span style="font-size: medium;"></span><br />
<span style="font-size: medium;"></span><br />
<span style="font-size: medium;"></span><br />
<div style="color: #660000;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Almoxerife: policia e prende quem rouba o almoxarifado.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Anustesista: aplica anestesia com injeções no... glúteo.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Arquitétrico: só faz casas medonhas.<br />
- Azulegista: faz necropsia de azulejos finados.<br />
- Betaiate: o segundo costureiro da turma; o primeiro é o Alfaiate.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Biombeiro: combate incêndios em biombos e divisórias em geral.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;"> - Boiólogo: estuda as bichas.<br />
- Corpinteiro: faz telhados altos, onde cabe uma pessoa de pé.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Costoureiro: responsável pelas roupas dos ídolos das touradas. </span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Devogado: profissional do Direito com especialização em trambiques pecuários.<br />
- Escrotor: escreve livros horrendos.<br />
- Exgenheiro: só faz projetos externos.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Farmacético: não acredita muito nos remédios que comercializa.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Fornoaudiólogo: ensina pessoas com problemas de fonação e audição a preparar deliciosas tortas.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Jardinheiro: expert em plantar e cuidar de <i>grana</i><i>.</i><br />
- Ingenheiro: só faz projetos internos.<br />
- Menteorologista: faz previsões climáticas furadas na TV.<br />
- Merceneiro: faz móveis apenas por interesse pecuniário.<br />
- Motoboi: faz delivery de carne pra churrasco.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Motorrinolaringologista: trata dos ouvidos e garganta de motoqueiros.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Observente de Peidreiro: aprendiz de peidreiro <span style="font-size: x-small;">(veja adiante o verbete para este último).<br />
<b>obs.</b>: alguns etimólogos preferem o termo <i><b>Absorvente de Peidreiro.</b></i></span><br />
- Osculista: especialista em beijos.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Ourríveis: lida com artefatos de ouro de extremo mau gosto.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Peidreiro: usa gases biodigestivos na argamassa aerada.<br />
- Percevejeiro: faz, perseverantemente, cerveja à base de percevejos.<br />
- Pilontro: corredor automobilístico que sacaneia os adversários.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Pisaiolo: prepara pizzas inclinadas.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Piscólogo: estuda todo tipo de piscadas e piscadelas.<br />
- Pobrecitário: faz propagandas para empresas que estão no vermelho.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Ripórter: comunicador que só faz matérias engraçadas.</span><span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;"> </span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Saparteira: só faz parto de caminhoneiras, estivadoras e sapatões grávidas em geral.</span> </span></div><div class="MsoNormal" style="color: #660000; font-family: comic sans ms,sans-serif;"><span style="font-size: medium;">- Saúva-vidas: zela pela segurança das formigas nas praias.</span></div><div style="color: #660000;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Timtureiro: lava e passa celulares da Tim.</span><br style="font-family: comic sans ms,sans-serif;" /> <span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;">- Veturinário: urologista animal.</span></span></div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;"><br />
</span></span>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-40773709106938359332010-08-08T19:07:00.013-03:002010-08-08T19:57:54.520-03:00Coleta Seletiva de Lixo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3jJYp7d4j1Rl9Cxj4O5c9s-0qvKVVmlvLvEOTyneSowgBwzrI6imhQOqKJbnDXmjt4zxhwCi7oGdfqX3obIiB_b9qtMwBf29xBwGgE1O6EofS2kTQrbzB54JG3cCf9GAud6vZ6vG4K2wk/s1600/lixo+recicl%C3%A1vel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3jJYp7d4j1Rl9Cxj4O5c9s-0qvKVVmlvLvEOTyneSowgBwzrI6imhQOqKJbnDXmjt4zxhwCi7oGdfqX3obIiB_b9qtMwBf29xBwGgE1O6EofS2kTQrbzB54JG3cCf9GAud6vZ6vG4K2wk/s320/lixo+recicl%C3%A1vel.jpg" /></a></div><span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: comic sans ms,sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-size: small;"><br style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;" /></span></span></span></span><br />
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="color: black; font-size: small;"><span style="color: #660000;">Passando em frente ao Congresso, reparei que por ali por perto havia daqueles recipientes coloridos para coleta seletiva de lixo. Então, além de os próprios nobres parlamentares (como de costume), uma dúvida cruel me assaltou:</span></span></div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"><span style="color: #660000;"></span> <span style="color: #660000;"> Em qual deles devemos descartar deputados e senadores?</span></span></div><div class="im" style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"> Afinal, todos são orgânicos, pois organizam-se em quadrilhas para tramar falcatruas e sugam o erário dos órgãos responsáveis pelo bem estar geral da Nação. Fora o que, todos têm prazo de validade e muitos já cheiram à podridão há muito tempo. Mas alguns são recicláveis e, entra governo, sai governo, seja dito de direita ou de esquerda ou neo-liberal, estão sempre voltando pra onde jamais deveriam ter ido, ou seja, pro Poder.</span><br />
<span style="font-size: small;"> Poderiam também ser descartados nos recipientes destinados à madeira, porque todos, sem exceção, caracterizam-se pela lustrosa cara de pau.</span><br />
<span style="font-size: small;"> Mas também podem ser jogados nos recipientes para vidro, pois não há entre eles quem não tenha telhado feito deste material.</span></div><div class="im" style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"> Poderiam ainda ser descartados nos recipiente para metal, pois seus bolsos, cuecas, malinhas e maletas, bem como meias, vivem recheados de vil metal.</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"> No de papel também, porque os projetos que enchem as vistas dos eleitores não saem do papel e eles, os nobres parlamentares, vivem fazendo papelão. De quê, nem preciso dizer.</span><br />
<span style="font-size: small;"><br />
</span> <span style="font-size: small;">Sei não... às vezes penso que um bom e velho aterro sanitário pode dar conta disso. Afinal, sanear as finanças públicas talvez dependa de um gesto radical: botar tudo no lixo mesmo e, de repente, fazer com que virem adubo. Mas não esquecendo de descontaminar antes, para que a ladroeira não dê frutos. Economizamos os recipientes e os conservamos para reciclar o que deve ser reciclado, jogamos fora o que deve ser jogado e, acima de tudo, pensamos no meio ambiente: deixamos apenas aqueles políticos realmente interessados na sustentabilidade e na preservação da nossa natureza (se é que eles existem): tanto a biológica, com nossas matas e rios, quanto humana - nossa propalada credulidade e ingenuidade, que deixou que as coisas chegassem a esse ponto!</span></div><div class="im" style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"> </span><br />
<span style="font-size: small;"> Provavelmente, em frente ao Planalto não haverá desses recipientes para lixo reciclável. É possível que haja apenas um grande contêiner, porque não há como se diferenciar um presidente de outro, nem um ministro do supremo de outro: é tudo a mesma b... bela porcaria. E como fedem!...</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"><br />
</span><span style="font-size: small;">Bem, pelo menos temos alguém feliz com isso: as moscas.</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000;"><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;">Maria Iaci e Vany Grizante</span></div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: left;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><br />
</div>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-71831615795549419022010-08-04T14:08:00.005-03:002010-08-08T19:26:27.108-03:00Neurônios nada poéticos e muito calorentos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDMlZs38HXZdTcFWMO-bESXaHGwDF9-0tHcMe7_KIkYEPaafuwUEiK22ohv6iYaxOcYOtJL2sK8doZ3R9RW5gp-S6G-1YimRhEEeaRnt23-F2Waz-5IzB_YjsSal6vUUAF9viMTLI588qw/s1600/aquecimento+global.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDMlZs38HXZdTcFWMO-bESXaHGwDF9-0tHcMe7_KIkYEPaafuwUEiK22ohv6iYaxOcYOtJL2sK8doZ3R9RW5gp-S6G-1YimRhEEeaRnt23-F2Waz-5IzB_YjsSal6vUUAF9viMTLI588qw/s1600/aquecimento+global.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDMlZs38HXZdTcFWMO-bESXaHGwDF9-0tHcMe7_KIkYEPaafuwUEiK22ohv6iYaxOcYOtJL2sK8doZ3R9RW5gp-S6G-1YimRhEEeaRnt23-F2Waz-5IzB_YjsSal6vUUAF9viMTLI588qw/s320/aquecimento+global.jpg" /></a></div><br />
<br />
<div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">Aqui estava eu, tentando compor uma poesia de amor... mas o calor (e não é pra rimar) está demais!</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">Imagine o verão no inferno... Imaginou? Pois aqui está mais quente ainda!</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">Então meus neurônios se rebelaram e resolveram que eu só iria escrever o que eles quisessem. Assim, conforme eu tentava escrever um verso, eles já se interpunham e o reescreviam.</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">Meus neurônios com calor ficam insuportáveis!</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">E a poesia ficou assim:</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><i>(Só um bilhete de paixão eu te escrevi)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> Só um sorvete de limão eu consegui</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><i>(Pois me conduz, me joga ao vento o teu ardor)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> Onde é que eu pus a droga do ventilador?</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><i>(Espero o abraço carinhoso, o meu albergue)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> Quero um pedaço bem frondoso de iceberg</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><i>(É o apelo de teu par, ó meu amor...)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> Me dá mais gelo pra botar no regador...</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> <i>(Eu me orgulho desta sina que me guia)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> E eu mergulho na piscina de água fria</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> <i> (Até um corpo em que me veja revelada)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> Até o copo de cerveja bem gelada</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> <i>(Teu corpo esguio encobre a leve calmaria)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> Sonho que esquio sobre a neve bem macia</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> <i> (E me assombra a paixão abençoada)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> E minha sombra aqui no chão tá bem suada.</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><i>(Eu vou mimar o meu amado para sempre)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> Eu quero o ar condicionado bem de frente</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><i>(Tu não atinas que de chofre tenho paz)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> A serpentina gela o chope do rapaz</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><i>(A tua amada viverá sempre ao teu lado)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> É limonada, guaraná e chá gelado</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><i>(E eu sozinha, abandonada, nunca mais!)</i></span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"> Da caipirinha bem gelada eu quero mais!</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">Vany Grizante e Maria Iaci</span></div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
</div><div style="color: #660000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
</div>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-18888056299455167742010-08-01T11:29:00.003-03:002010-08-01T12:52:00.838-03:00Pequeno Dicionário Latim-Português<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsm7gWz2pbWjGG1NJrGbnKd1a8fp2x5Qa7_RELey5QFwx9UKbGskzBuOqmWWhcr_UpPXWQMs-IomWjIN0ap6yvpkkBlSLNWYCswELQ-zhRmKEYzuGhTBA1CNp6RgB58WP7rIcSDuN5Wqju/s1600/dicion%C3%A1rio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsm7gWz2pbWjGG1NJrGbnKd1a8fp2x5Qa7_RELey5QFwx9UKbGskzBuOqmWWhcr_UpPXWQMs-IomWjIN0ap6yvpkkBlSLNWYCswELQ-zhRmKEYzuGhTBA1CNp6RgB58WP7rIcSDuN5Wqju/s320/dicion%C3%A1rio.jpg" /></a></div><br />
<br />
<span style="font-weight: bold;">A latere</span> = olha lá, Tereza!<br />
<span style="font-weight: bold;">A non domino</span> = ah, dominó não!<br />
<span style="font-weight: bold;">Ab absurdo</span> = um sujeito absurdamente gago.<br />
<span style="font-weight: bold;">Animus necandi</span> = necas de ânimo...<br />
<span style="font-weight: bold;">Bona fide</span> = é boa, mas fede.<br />
<span style="font-weight: bold;">Brevi manu</span> = irmão que morreu novinho.<br />
<span style="font-weight: bold;">Caput</span> = PQP!<br />
<span style="font-weight: bold;">Caso sub judice</span> = casou na marra.<br />
<span style="font-weight: bold;">Conditio sine qua non</span> = meu tio conde não quer ir ao cinema.<br />
<span style="font-weight: bold;">Confessio est probatio omnibus</span> = confesso e provo que bati o ônibus do tio...<br />
<span style="font-weight: bold;">Consilium fraudis</span> = aconselho o uso de fraldas.<br />
<span style="font-weight: bold;">Corpus delicti</span> = corpo delicioso.<br />
<span style="font-weight: bold;">Custas pro rata</span> = deixa a rata pagar a conta.<br />
<span style="font-weight: bold;">De cujus</span> = virado pra lua.<br />
<span style="font-weight: bold;">Erga omnes</span> = levantem, homens!<br />
<span style="font-weight: bold;">Est modus in rebus</span> = tenha modos, mesmo no meio de um rebu.<br />
<span style="font-weight: bold;">Ex abundantia</span> = tia bunduda que emagreceu.<br />
<span style="font-weight: bold;">Ex expositis</span> = ex-marido da tia.<br />
<span style="font-weight: bold;">Expressis verbis</span> = verbos ligeiros.<br />
<span style="font-weight: bold;">Facultas agendi</span> = agenda da faculdade.<br />
<span style="font-weight: bold;">Hic et nunc</span> = não soluço nunca mais!<br />
<span style="font-weight: bold;">ld est</span> = vá pro leste.<br />
<span style="font-weight: bold;">lmpotentia generandi</span> = general brocha.<br />
<span style="font-weight: bold;">lmprimatur</span> = imprima você, ora!<br />
<span style="font-weight: bold;">In loco</span> = no louco.<br />
<span style="font-weight: bold;">Norma agendi</span> = agenda da Norma.<br />
<span style="font-weight: bold;">Notitia criminis</span> = não tenho tia criminosa.<br />
<span style="font-weight: bold;">Pari passu</span> = (no jogo de poker) paro e passo.<br />
<span style="font-weight: bold;">Passim</span> = passo pequeninim.<br />
<span style="font-weight: bold;">Persona non grata</span> = pessoa mal-agradecida.<br />
<span style="font-weight: bold;">Post scriptum</span> = poste todo pichado.<br />
<span style="font-weight: bold;">Prima facie</span> = cara da prima.<br />
<span style="font-weight: bold;">Quaestio facti</span> = qual é, tio, faz aí!<br />
<span style="font-weight: bold;">Res furtiva</span> = vaca dissimulada.<br />
<span style="font-weight: bold;">Res litigiosae</span> = vaca brava.<br />
<span style="font-weight: bold;">Sententia est</span> = você tem tia no leste?<br />
<span style="font-weight: bold;">Sub voce</span> = embaixo de você.<br />
<span style="font-weight: bold;">Venda ad corpus</span> = prostíbulo.<br />
<span style="font-weight: bold;">Versus</span> = poesias.Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-78125197796914451752010-07-31T15:07:00.002-03:002010-07-31T15:13:51.786-03:00Pequenos Monstros<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzo8-1rMP1FyCAMElQ4WO_ZZM5zdljnAnLGvtIBO2H8h4A7kiuY8HRW4kMKQ0z8HqVGBbuy2yTGpehnqN0Sk2NMHOF8hxx99Ji2Ox0E5vzc9ytwZMOjoTAMcNQwe-n84I2xUqHmLX7lfAz/s1600/insetos.JPG"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 262px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzo8-1rMP1FyCAMElQ4WO_ZZM5zdljnAnLGvtIBO2H8h4A7kiuY8HRW4kMKQ0z8HqVGBbuy2yTGpehnqN0Sk2NMHOF8hxx99Ji2Ox0E5vzc9ytwZMOjoTAMcNQwe-n84I2xUqHmLX7lfAz/s320/insetos.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5500133863611008146" border="0" /></a><br /><br /><span style="font-size:100%;"><span style="font-family: georgia;">Neste fim de semana assisti a um DVD da BBC (vixe, quanta sigla!) chamado "Pequenos Monstros", que estava mais preocupado em exibir as excelências da tecnologia moderna, com as microcâmeras e as fibras óticas, do que em explicar mais detalhadamente o comportamento dos astros principais, ou seja, dos simpáticos representantes dos reinos insetal, aranhal e vermal. Mas que, ainda assim, foi bem legal!</span><br /><br /><span style="font-family: georgia;">Dentre todos os pequenos e fofos monstrinhos, o que mais me inpressionou foi uma espécie de aranha que vive sei lá onde (esqueci), em que o aranho é quem faz o ninho. E no maior capricho, com a precisão de um engenheiro, com o esmero e a arte de um arquiteto e com a boiolagem de um decorador.</span><br /><span style="font-family: georgia;"> Os aranhos ficam lá fazendo os ninhos na terra e as aranhas vão passeando, examinando um aqui, outro ali, até escolherem o mais bacana. Aprovado o ninho, automaticamente aprova-se o aranho construtor. Então a aranha chega juntinho do eleito e diz pra ele em aranhês que tá a fim. Daí o aranho pega e transa com ela, o que acontece mais rapidamente do que o tempo que eu levei pra dizer "o aranho transa com ela".</span><br /><span style="font-family: georgia;"> E vejam vocês, lerdos leitores, vós que levais de sete a nove meses pra preparar um bebezinho, em 20 minutinhos a aranha já põe um ovinho e vai-se embora toda serelepe. O aranho, então, limpa e enterra cuidadosamente o ovinho em seu ninho, e fica lá esperando pela próxima. Bem, a julgar pela quantidade de ovinhos enterrados no ninho, é um entra-e-sai de aranhas em alta rotatividade, maior embalo!</span><br /><span style="font-family: georgia;"> Mas às vezes acontece de chegar uma aranha que examina toda exigente o apê do rapaz, aprova, concede -- o aranho vai lá e manda ver! -- e aí os minutos vão passando e o aranho vai ficando cabreiro, nervoso. Depois de esgotado o tempo regulamentar e vendo que não sai nenhum ovinho daquela pilantra estéril, o bicho manda ela ir embora que ele tem mais o que fazer. Mas a bicha, vingativa, antes de sair vai lá e rouba alguns dos ovinhos alheios e os come sem nenhuma cerimônia. Então o aranho parte pras vias de fato e pra ignorância e tasca umas mordidonas nos cambitos da ladrona e põe ela pra correr.</span><br /><span style="font-family: georgia;"> Semanas depois, os ovinhos eclodem e nascem muitas aranhinhas e aranhinhos, que ficam por ali com o orgulhoso papai, que tem só uns 2 ou 3 dias pra ensinar todos os fatos da vida pra filharada antes que ela saia pro mundo.</span><br /><span style="font-family: georgia;"> O que o filme não explica é: o que acontece depois? O aranho cai na balada? Abandona aquele ninho e vai passear por aí, conhecer outras paisagens, outras espécies, fazer um intercâmbio cultural? Quanto tempo leva entre um ciclo reprodutivo aranhal e outro? Será que no próximo, o aranho, a quem a gente já se afeiçoou tanto, vai fazer o mesmo sucesso que fez neste?</span><br /><br /></span><div style="text-align: center; font-family: georgia;"><span style="font-size:100%;">* * *<br /></span></div><span style="font-size:100%;"><br /><span style="font-family: georgia;">Outro ser que me impressionou foi a lesma. Quando chega o ciclo da furunfação, ela chega por trás da outra e dá-lhe uma beliscada no bumbum. Esta é a senha pra que as duas subam por uma árvore, escorreguem por sob um galho, soltem um fio de baba gosmenta no qual se penduram e começam a se enroscar uma na outra, tal qual uma cadeia de DNA. E, sendo hermafroditas, ambas têm piu-piu e periquita. Só que, em vez de fazerem as coisas como a gente pensa que deveriam fazer, depois de estarem totalmente enroscadas, elas começam a enroscar também seus piu-pius um no outro até fazerem uma bola de esperma e só então fecundam-se uma à outra -- ou um ao outro, como queiram --; mas o mais incrível é que levam uma hora inteira nesta enroscação desenfreada!</span><br /><span style="font-family: georgia;"> Conheço alguns gays que adorariam fazer o que elas fazem! Vão todos pedir pra serem lesmas na próxima encadernação!</span><br /><br /></span><div style="text-align: center; font-family: georgia;"><span style="font-size:100%;">* * *<br /></span></div><span style="font-size:100%;"><br /><span style="font-family: georgia;">E a centopéia, que leva nada menos do que duas horas no rala e enrosca!</span><br /><span style="font-family: georgia;"> Porém, antes que vocês as invejem, deixem-me esclarecer que, antes de partir pros finalmentes, o centopéio tem que usar toda a força e persuasão de suas cem perninhas pra desenrolar a centopéia, que fica lá fazendo o maior doce e não dá mole, não! Depois que consegue a muito custo desenrolar a moça, duas das perninhas dianteiras do centopéio transformam-se em piu-pius e ele vai lá e penetra num orifício que fica logo abaixo da cabeça da pernuda.</span><br /><span style="font-family: georgia;"> Agora, não sei se devido ao fato de ter poucas centopéias e sobrarem centopéios, ou se porque a centopéia protagonista do filme era mais jeitosinha e gostosona do que as outras, o fato é que, enquanto o casal tá lá no maior love, chega um outro centopéio e, sem a menor cerimônia, vai pisando com a sua centena de perninhas sobre o casal e tenta desesperadamente separá-lo pra tomar o lugar do outro.</span><br /><span style="font-family: georgia;"> No caso, o primeiro centopéio venceu a parada e botou o intrometido pra correr. Ufa!...</span><br /><br /></span><div style="text-align: center; font-family: georgia;"><span style="font-size:100%;">* * *<br /></span></div><span style="font-size:100%;"><br /><span style="font-family: georgia;">Finalmente, impressionou-me muito verificar que existe mau-caratismo também nos reinos insetal, vermal e aranhal -- é centopéio querendo empatar a transa do outro, é aranha roubando ovinho do aranho, é outra aranha roubando o mosquito que pousou na teia alheia, e por aí vai...</span><br /><br /><span style="font-family: georgia;">Mas, não importa quanta ventura possa haver na vida sexual-amorosa da bicharada, porque acho bom mesmo é pertencer ao reino hominal-mulheral. Por mais que tenhamos desvantagens como pagar impostos, pagar micos, aturar políticos corruptos, protozoários no trânsito, trogloditas no dia-a-dia etc, no final das contas somos bem mais bonitinhos do que aqueles pequenos e nojentos monstrinhos...</span><br /><br /><br /><span style="font-family: georgia;">(Este texto foi escrito no segundo semestre de 2005)<br /><br /><br /></span></span>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-46113900290172839552010-07-23T09:06:00.003-03:002010-07-31T15:50:24.710-03:00"Brasília - Capital da Esperança"<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCPshaFwNrIrjsok6xF0fy0FRsBDwRWkiocnhKc0UqFv-Fep5dFkUWv-Zytm_85Db2Mo3CJxBqDc2rEAFNiDczm9jPeTQZYdz8wuaAjwExeVk0MC4n01KJQ-eReE9Nd1vja8kLTj0fABkw/s1600/Bras%C3%ADlia+por+Noguchi+%28astronauta%29.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCPshaFwNrIrjsok6xF0fy0FRsBDwRWkiocnhKc0UqFv-Fep5dFkUWv-Zytm_85Db2Mo3CJxBqDc2rEAFNiDczm9jPeTQZYdz8wuaAjwExeVk0MC4n01KJQ-eReE9Nd1vja8kLTj0fABkw/s320/Bras%C3%ADlia+por+Noguchi+%28astronauta%29.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5497072136401917858" border="0" /></a><span style="font-weight: bold;"></span><br /><br /><br />Há um hino a Brasília cujo título é o verso final da letra -- e que a maioria dos brasilienses pensa que é o hino oficial, de tanto ouvi-lo por aqui -- "Brasília - Capital da Esperança".<br />Ao ouvi-lo hoje, me pus a refletir sobre o seu significado... e cheguei a algumas conclusões.<br /><br />Sim, Brasília é de fato a Capital da <span style="font-weight: bold;">ESPERANÇA</span>.<br /><br />- Muitos brasileiros <span style="font-weight: bold;">ESPERAM</span> que Brasília se exploda e desapareça da face da terra, como se a cidade em si fosse responsável pela corrupção desenfreada e os desmandos de alguns políticos e governantes deslumbrados.<br /><br />- Vários brasileiros <span style="font-weight: bold;">ESPERAM</span> pegar carona nas mamatas oficiais e oficiosas que emanam daqui, como a bolsa esmola (que dá o peixe mas não ensina a pescar), o salário presidiário (sem que o preso trabalhe dentro da cadeia), as verbas pro MST (pra custear invasões de fazendas produtivas), só pra exemplificar.<br /><br />- Outros tantos <span style="font-weight: bold;">ESPERAM</span> ser eleitos pra poderem vir pra cá, por dois ou três dias na semana, exceto nas longas férias e feriados, ganhando salários indecentemente altos, várias ajudas de custo, até décimo sétimo salário, passagens aéreas gratuitas, mordomias mil, imunidade parlamentar, empregos fantasma pra familiares e cupinchas, além de meios perfeitamente propícios pra se fazer todo tipo de falcatrua e negociata.<br /><br />- E mais outros tantos brasileiros, em especial os brasilienses de fato e de coração, como eu, <span style="font-weight: bold;">ESPERAM</span> ansiosamente que o resto do Brasil pare de mandar esses pulhas pra cá, mandando em seu lugar políticos verdadeiramente honestos e bem intencionados ou então que, pelo menos, anule seu voto caso não haja candidatos confiáveis em quem votar.<br />Até porque o Brasil inteiro precisa disso <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">desesperadamente</span>.Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-43165114142356240762010-07-23T08:55:00.003-03:002010-09-20T15:59:02.997-03:00Ato falho<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhLC_v4J54NLvM8TYXCXijfvAHrhdJ3rsB1zI-lLJ3U9VYhJmv5mQYr39hwjkzF4-vPBSHkSiOoNcX90Q0C9Y4La43GyjxI7gku0KmJUgyU5Kds41SxxAiCk5ds3jXK2aNoZpg1OTcspvi/s1600/comida.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><br />
</a><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhLC_v4J54NLvM8TYXCXijfvAHrhdJ3rsB1zI-lLJ3U9VYhJmv5mQYr39hwjkzF4-vPBSHkSiOoNcX90Q0C9Y4La43GyjxI7gku0KmJUgyU5Kds41SxxAiCk5ds3jXK2aNoZpg1OTcspvi/s1600/comida.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><br />
</a><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhLC_v4J54NLvM8TYXCXijfvAHrhdJ3rsB1zI-lLJ3U9VYhJmv5mQYr39hwjkzF4-vPBSHkSiOoNcX90Q0C9Y4La43GyjxI7gku0KmJUgyU5Kds41SxxAiCk5ds3jXK2aNoZpg1OTcspvi/s1600/comida.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><br />
</a><br />
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<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5497069153832537394" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhLC_v4J54NLvM8TYXCXijfvAHrhdJ3rsB1zI-lLJ3U9VYhJmv5mQYr39hwjkzF4-vPBSHkSiOoNcX90Q0C9Y4La43GyjxI7gku0KmJUgyU5Kds41SxxAiCk5ds3jXK2aNoZpg1OTcspvi/s320/comida.jpg" style="display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 236px;" /><img xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml" /> <span style="font-weight: bold;"></span><br />
<br />
<br />
Os pensamentos, às vezes, tomam atalhos e fazem associações sem que o pensante tenha consciência do fato. Por isso, muitas vezes falamos algo quando, na verdade, pensamos outra bem diversa. Isso acontece especialmente quando a nossa mente está ocupada com dois assuntos diferentes ao mesmo tempo. Diz-se, então, que cometemos um ato falho. Eu, particularmente, prefiro dizer que foi um mico mesmo.<br />
<br />
Foi assim que aconteceu com a minha grande e distraída amiga, a Lu, numa ocasião em que foi estudar na casa de um nosso colega, cuja mãe havia preparado um lanche que mais parecia um banquete, a ponto de fazer com que a minha esfomeada e gulosa amiga ficasse como que hipnotizada. Afinal, todos sabem que estudar muito dá uma fome danada.<br />
Ela estava pronta pra provar cada um dos petiscos, quando o pai do colega entrou na sala de jantar e avisou à esposa que iria dar uma passada no órgão público tal, onde trabalhava. A mãe da Lu trabalhava neste mesmo órgão. Então, sem parar de olhar pr'aquela mesa farta e apetitosa, ela falou assim:<br />
<br />
-- Ah, o senhor deve comer muito a minha mãe!<br />
<br />
O tempo parou. Todos na sala ficaram congelados e com os olhos escancaradamente arregalados. O pai do colega, com a voz hesitante, constrangida e lenta, retrucou:<br />
<br />
-- Eu... acho... que... não.<br />
<br />
Vivi, outra colega presente, que estava louca pra dar uma gargalhada, virou-se pra Lu e tentou remediar:<br />
<br />
-- Lu, eu creio que você quis dizer "O senhor deve CO-NHE-CER muito a minha mãe", não foi?<br />
<br />
E a distraída esfomeada, muito surpresa, perguntou na maior inocência:<br />
<br />
-- E não foi isso o que eu disse?<br />
<br />
Aí sim, todos caíram na gargalhada.Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-81637454298794808512010-07-23T08:33:00.003-03:002010-07-31T15:52:57.445-03:00Se eu fosse o Conan Doyle...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2KSCXBPm75Rou3l4hezMHYrGSQ5yPDZiE-un2_87n7or6QqPhIhBd2baUDpNgty819PMuD9JUEeDD85Z8cCXfrhj3s9vahAju5fKj15HMpi2bpkCbSyoxp2D555HRGEtPguYTlE2Y5lPt/s1600/Sherlock.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 313px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2KSCXBPm75Rou3l4hezMHYrGSQ5yPDZiE-un2_87n7or6QqPhIhBd2baUDpNgty819PMuD9JUEeDD85Z8cCXfrhj3s9vahAju5fKj15HMpi2bpkCbSyoxp2D555HRGEtPguYTlE2Y5lPt/s320/Sherlock.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5497065591566655154" border="0" /></a><span style="font-weight: bold;"></span><br /><br /><br />Depois de dar uma breve porém muito atenta olhada no seu desconhecido interlocutor, Sherlock Holmes assim se pronunciou:<br /><br />-- Vejo que o senhor costuma viajar à França, que mora no interior, que aprecia a vida ao ar livre, que gosta de comida italiana, que fuma charutos, que é míope, que é solteiro e que tem um bom rendimento financeiro.<br /><br />-- Impressionante! -- exclama o homem -- Poderia me dizer como chegou a todas estas conclusões?<br /><br />-- Elementar, meu bom homem! -- respondeu o famoso detetive -- Apenas usei minha arguta observação e minha infalível inteligência analítica...<br /><br />-- Pois bem, -- retrucou o desconhecido -- então explique-me, por obséquio, como o fez...<br /><br />-- Naturalmente. -- concordou Mr. Holmes -- O seu casaco de corte e tecido franceses deu-me a pista de suas andanças. As botas sujas de lama indicam que mora no interior, onde as estradas não têm pavimento. Sua pele bronzeada revela o seu estilo de vida ao ar livre. Esta pequena mancha de molho de tomate na lapela atesta seu gosto pela culinária italiana. Os fios amarelados no centro do seu bigode demonstram seu hábito de fumar charutos. Seus olhos constantemente apertados revelam a miopia. A ausência de aliança na sua mão esquerda diz-me que não é casado e, finalmente, a qualidade das suas roupas e calçados fala-me sobre sua condição financeira.<br /><br />-- Estou deveras impressionado, Sir... -- declara o interlocutor -- Mas devo rebater um a um dos tópicos que o senhor mencionou.<br /><br />E, diante da expressão de cética surpresa estampada no rosto sério de Mr. Holmes, continua:<br /><br />-- Um amigo francês presenteou-me com este paletó que não mais lhe servia. A bota, sujei-a de lama ao visitar as obras de reforma dos jardins da casa de meu empregador. Minha pele bronzeada se deve ao fato de que, aproveitando a chegada deste verão, reconstruí com minhas próprias mãos o telhado de minha humilde casa. A mancha na lapela foi causada pelos respingos do tomate que caiu da caixa que o verdureiro carregava sobre sua cabeça, ao passar por mim pela rua. Os fios amarelados no meu bigode, de fato, devem-se ao meu hábito do tabagismo, mas prefiro os cigarros feitos à mão aos charutos. Meus olhos constantemente apertados devem-se à fotofobia e não à miopia. A ausência de aliança em meu dedo anular explica-se pelo fato de que, tendo perdido muito peso devido a uma doença crônica, precisei mandá-la ao joalheiro para que fizesse o necessário ajuste. E a qualidade do meu vestuário explica-se pela circunstância de que minha prima predileta, tendo enviuvado recentemente de um abastado negociante, presenteou-me com as roupas e botas de seu falecido marido.<br /><br />Elementar, meu caro Holmes.<br /><br /><br />*<br /><br />Este texto é só uma brincadeira despretensiosa, porque na verdade sou fã do Conan Doyle e do seu impagável Sherlock Holmes. :)Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-19233760050851890182009-09-02T15:59:00.002-03:002009-09-02T17:03:37.337-03:00Passatempos para um trânsito congestionado<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqcvrixElCIccLxQhLHVyLMIJ1ANaqvXtzxie78mKc74iin6etCj08N65VQ8fT9dna9BkcgbuxAEZcx0JTVhoslYzOLD3EIgv8AudRhvTbtH1LuyaoN1LCOblbBU6ZeMgX3xTeKl5rx-qu/s1600-h/congestionamento.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 200px; height: 192px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqcvrixElCIccLxQhLHVyLMIJ1ANaqvXtzxie78mKc74iin6etCj08N65VQ8fT9dna9BkcgbuxAEZcx0JTVhoslYzOLD3EIgv8AudRhvTbtH1LuyaoN1LCOblbBU6ZeMgX3xTeKl5rx-qu/s320/congestionamento.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376948553956696002" border="0" /></a><br /><br />Não há melhor maneira de se começar o dia do que enfrentando um trânsito ultra congestionado!<br />Seu carro se arrasta leeeeeentamente por dois ou três metros e pára. Então você tem tooodo o tempo do mundo pra jogar uma partidinha de qualquer coisa no celular, limpar sua caixa de entrada e de saída no dito cujo, lixar as unhas, pregar os botões que caíram do seu casaco predileto, ler o Ulisses do James Joyce, de cabo a rabo, umas cinco vezes; ou ainda ficar apreciando os mais variados modelos de carros, caminhões, camionetes, vans, motocicletas, analisando suas características estéticas e técnicas, estilos, cores, acessórios; quiçá olhar pros pedestres, tão livres e soltos lá fora, e reprimir uma invejazinha deles ao imaginar que muito provavelmente eles saíram de ou estão indo para um ônibus mais lotado do que lata de sardinha.<br /><br />De repente, pára um carro ao seu lado. Pra ser um trio elétrico, só falta o tamanho, porque o repertório e os decibéis das músicas (o termo é uma licença poética) são bastante apropriados. Claro, você desliga o seu som, onde rolava bem baixinho um blues ou jazz, e passa a curtir uma eguinha pocotó ou uma cachorra sei lá o quê ou qualquer coisa acerca de uma boquinha de garrafa. E ainda pensa como é bom poder variar e enriquecer seu repertório.<br /><br />Por vezes, descobre novos passatempos pra se distrair no engarrafamento (será que a tal boquinha da garrafa tem a ver com isso?), como por exemplo, tentar adivinhar quantas vezes o sinal lááá na frente irá abrir e fechar antes que você consiga chegar lá. Recomendo fechar a janela ao praticar este joguinho, porque os trezentos e quarenta oito vendedores de balinha, água, pano de chão, pano de prato, bonecos infláveis, chiclete, chocolate, bem como os entregadores de folhetos os mais variados certamente irão lhe abordar sem trégua.<br />A menos que você prefira passar o looongo tempo de espera justamente lendo cuidadosa e atentamente todos e cada um destes folhetos. E ainda irá aprender algo a respeito de sua língua escrita, como por exemplo, a grafia do termo "tela mosquEteira", "entrega À domicílio", "conCerto de inGeSSão eletrOnica" e por aí vai.<br /><br />Há também o excitante jogo de adivinhação que consiste em tentar prever qual dos carros vislumbrados nos seus retrovisores irá se espremer perigosamente entre os demais a fim de tirar um fino magistral da lataria do seu carro e tomar a sua dianteira, entre roncos furiosos de motor e guinchos agudos dos pneus nas freadas súbitas. Pura adrenalina! Melhor que bangee jump!<br /><br />Por fim, ainda há a chance de rolar uma paquera, porque 99,99% dos carros à sua volta levam apenas o seu ou a sua motorista, cuja condição solitária, ainda que transitória (com trocadilho), facilita bastante o desenrolar da coisa.<br />Caso não obtenha sucesso nesta empreitada, pelo menos lhe restará o consolo de ler nos vidros traseiros dos muitos chevetes e corcéis e caravans que uma certa divindade lhe é fiel e que outra, ainda, lhe ama. Pelo menos alguém lhe ama e lhe é fiel, não é mesmo?<br /><br />Está vendo só como é super divertido pegar congestionamento? Não entendo porque as pessoas reclamam tanto...Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-1331185082494151092009-09-02T15:57:00.005-03:002010-07-22T20:39:52.180-03:00Fã de desenhos animados<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjanThc5Sd2cBrMYDUlr8p0nxfYruQVgbOfaSb_2cypSEeJNQN3lFAop4CTlaNEcjdlQ_qWeIu4MM2xj-YtuUd-_Kz0nwvKqUjttCDYxCyNOJzCa9wgM5wIaNa-1CSeTXE-C9HyKTHSca_R/s1600-h/pernalonga.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjanThc5Sd2cBrMYDUlr8p0nxfYruQVgbOfaSb_2cypSEeJNQN3lFAop4CTlaNEcjdlQ_qWeIu4MM2xj-YtuUd-_Kz0nwvKqUjttCDYxCyNOJzCa9wgM5wIaNa-1CSeTXE-C9HyKTHSca_R/s320/pernalonga.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376949839196595426" border="0" /></a><br /><br />Desde criança sou fã dos desenhos animados.<br />Dos comuns da TV -- quem da minha geração não se divertiu horrores com a Tartaruga Touché, Lip the Lion and Hardy Har-Har, Pepe Legal, Bob Pai e Bob Filho, Olho Vivo e Farofino, Mandachuva, Zé Colméia e Catatau, Wally Gator, Speed Racer, Homem de Ferro, O Poderoso Thor, Johnny Quest? --, até os mais que perfeitos desenhos animados do Walt Disney.<br />Nunca deixei de gostar do gênero, nem mesmo naquela época em que os universitários faziam de tudo pra parecerem muito maduros e politizados, evitando a todo custo qualquer hábito ou preferência que os associasse ao tolo universo infantil.<br /><br />Este causo sucedeu-se num domingo, em pleno final de semestre, quando a gente se reunia na faculdade pra fazer os zil trabalhos e projetos, frequentemente virando noites e mais noites pra conseguir dar conta do recado.<br />Pois justamente naquele domingo -- e só naquele domingo, numa única seção -- estaria sendo exibido num cinema da cidade o meu filme predileto de animação do Walt Disney: Fantasia. Ainda não havia os videocassetes, de modo que esta seria uma oportunidade imperdível.<br /><br />Planejei contar uma mentirinha inócua pros colegas quando chegasse a hora de ir pro cinema, que eu não era besta de dar bandeira de infantilismo no meio daquele bando de gozadores ou de sisudos ativistas do movimento estudantil.<br /><br />-- Pessoal, desculpa, mas eu tenho que buscar minha tia no aeroporto.<br /><br />Não só ninguém se deu conta de que isso seria impossível, posto que o meu veículo naquela época era uma bicicleta comum de dez marchas, como vieram as réplicas uma após a outra:<br /><br />-- Ah, tudo bem. Eu também tenho que ir pra casa, dar banho no cachorro.<br /><br />-- E eu tenho que ir no pronto-socorro, cof-cof, tô pra morrer aqui!<br /><br />-- Hoje é aniversário do meu pai, tenho que ir também.<br /><br />-- Eu vou no casamento do meu primo.<br /><br />E sem perda de tempo, cada qual com sua desculpa esfarrapada, foram todos embora ligeiros.<br />E qual não foi minha surpresa quando, ao chegar no cinema, encontrei todos os colegas lá!<br /><br />:)<br /><br />O tempo passou, as técnicas evoluíram e eles nem se chamam mais "desenhos animados", são pura e simplesmente "animações". Há muito que já não me importo de declarar abertamente meu gosto por eles, os desenhos, ou por elas, as animações. E ontem fui assistir A Era do Gelo 3 em 3D, com uma amiga.<br /><br />Chegando lá, foi com um sorriso cúmplice e admirado que percebi na plateia, entre as muitas crianças presentes, vários casais de namorados, gente de meia idade e alguns simpáticos velhotes, todos absolutamente desprovidos do álibi de ter levado o filho, o sobrinho ou os netinhos. Foram lá, sem pudor algum, do mesmo modo que eu e minha amiga, pra assistir a animação por vontade própria.<br />E as risadas mais altas e divertidas vinham justamente dos marmanjos e marmanjas que se esbaldaram com o filme!<br /><br />Eu já havia observado o mesmo "fenômeno" ao assistir Ratatouille, A Noiva Fantasma, Schreck, bem como A Era do Gelo 1 e 2, entre outros.<br />Muito melhor do que prozac, vale por umas 15 seções de análise ou umas 6 cartelas de ansiolíticos.Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-88040455178337300442009-09-02T15:56:00.001-03:002009-09-02T16:17:53.923-03:00Pobreza de espírito x livre pensar<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtyrfzkkJlYX1Fh0jhyuxFohGuoV7Rnhut6uuABhSd7LrjOMvG27wxoo8ard_3xuBtQOq23OF5i0FshQC70y5M-Hk8qdb2Rgvo1nIA0YIZNME6HU4NS8ewyIlDfFGh56QHDlBvAjL6mG3e/s1600-h/ApoioAnjoDiabinho.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtyrfzkkJlYX1Fh0jhyuxFohGuoV7Rnhut6uuABhSd7LrjOMvG27wxoo8ard_3xuBtQOq23OF5i0FshQC70y5M-Hk8qdb2Rgvo1nIA0YIZNME6HU4NS8ewyIlDfFGh56QHDlBvAjL6mG3e/s320/ApoioAnjoDiabinho.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376951437273879298" border="0" /></a><br /><br />Desconheço a interpretação dos estudiosos da Bíblia sobre o termo "pobre de espírito".<br />Mas eu tenho uma, pessoal, não-particular e perfeitamente transferível.<br /><br />Pra mim, pobre de espírito é a pessoa que não busca o crescimento espiritual, simples assim.<br />E ainda sob o meu modesto ponto de vista, o crescimento espiritual se dá quando exercemos o livre pensar.<br /><br />O livre pensador não se atém a uma só filosofia, religião ou doutrina que seja -- ele escolhe e acolhe aquilo que lhe fala ao espírito, não importa a origem.<br />O livre pensador não deixa os neurônios ociosos. Está sempre buscando respostas e acaba descobrindo novas perguntas. E nunca se dá por satisfeito -- quanto mais aprende, mais sente acentuada a própria ignorância sobre tudo o que o cerca. Por isso mesmo, julga menos do que observa e aprende mais do que ensina.<br />O livre pensador amplia seus horizontes, porque toma a devida distância dos fatos e, assim, enxerga mais longe. E, enxergando mais longe, insere o fato analisado num contexto mais amplo, obtendo mais e melhores parâmetros que lhe sugiram significados.<br />O livre pensador aceita as diferenças -- portanto, não aceita e nem impõe padrões inflexíveis; em outras palavras, o livre pensador não se julga dono da verdade, da virtude e da razão, porque sabe que estas não têm dono, são relativas e transitórias.<br />Por fim, o livre pensador sabe que o seu maior bem, seu maior patrimônio, não está contido na matéria, mas no espírito.<br /><br />Abre parêntese. Entendo por espírito a nossa capacidade de sentir, discernir, compreender e apreender o que a razão ou os sentidos recolhem. Fecha parêntese.<br /><br />Então, voltando ao início, penso que "pobreza de espírito" é o ódio pelo diferente, a inveja pelo afortunado, a indiferença pelo sofrimento alheio, a deslealdade, a injustiça, a desonestidade, a mentira, o rancor, a perversidade, a crueldade, o instinto destrutivo, a maledicência, a calúnia, a vingança, a mesquinharia, entre tantas outras qualidades negativas como estas.<br /><br />Se o pobre de espírito soubesse que, mantendo-se nessa miséria existencial, sofre muito mais do que o seu suposto "inimigo" -- e, ao contrário, o livre pensador, ainda que se angustie no caminho do crescimento e sofra algumas dores inevitáveis, ao alcançar cada uma das muitas metas a que se propõe experimenta o incomparável e insubstituível êxtase prazeroso da descoberta --, então veria que está perdendo um tempo precioso e desperdiçando uma energia fundamental.<br /><br />Lanço aqui a campanha -- libertemos o pensamento e enriqueçamos o espírito.<br /><br />É tempo de jogar fora o lixo inútil.<br />E, então, vivamos e deixemos viver...Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-11720701743486365032009-09-02T15:55:00.002-03:002009-09-02T16:23:00.109-03:00Trocando alho por bugalho<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1rzfqcooTRshpxk6tXEoa-sY9RqpW0a6mijLU6lT8v37YCmc_CWUT1kl9Pq7hir9PINxw8ZHqkJK2U2dJBJgUK21XMjuU8rSKOsdshZzH6edKViJ0zYzai9arG-FCH02EsG7qw4DSCtak/s1600-h/alho+e+cebola.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 228px; height: 171px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1rzfqcooTRshpxk6tXEoa-sY9RqpW0a6mijLU6lT8v37YCmc_CWUT1kl9Pq7hir9PINxw8ZHqkJK2U2dJBJgUK21XMjuU8rSKOsdshZzH6edKViJ0zYzai9arG-FCH02EsG7qw4DSCtak/s320/alho+e+cebola.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376952760555420994" border="0" /></a><br /><br />Tem gente que vive trocando as palavras, por pura distração. E muitas vezes nem se dá conta. Embora possa resultar em tragédia em alguns casos, em outros se torna pura comédia.<br /><br />Era o caso da minha tia Dinda.<br /><br />-- Moço, me vê um pote de Catupiru?<br /><br />-- Quando for descer a escada, segura no rodapé.<br /><br />-- Gama, hoje à noite eu vou na sua cama.<br /><br />Não, seus maliciosos, a tia Dinda não era uma Mara Tara. Ela queria dizer "casa", mesmo.<br /><br />Mas a campeã em trocar alho por bugalho foi a mãe de uma colega. Ao perceber um leve estrabismo na filha, levou a menina ao oftalmologista. E, conversadeira que só, ficou batendo papo animadamente com as pessoas que lotavam a sala de espera.<br />Até que alguém perguntou qual era o problema ocular da garota.<br />Ela, então, fez um gesto com os dois dedos indicadores voltados pra dentro, na altura dos olhos, e arrematou com a sentença:<br /><br />-- Ela é lésbica.Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-43234000489690091702009-09-02T15:53:00.002-03:002010-08-01T11:38:19.021-03:00Livros que li na infância:<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfBsio1ZtzSF7i-MUoD1VfdZ9acSGJ233eqaAbjeOWMgw1ZzL5jYo7_hH_kLuDToh5D9fud3CXxNAMKMyZfNGrBE4Li71ZTU43A8Lu0dnyqh6jeMnNC39YycroHN73zLpklb3b9Rsj9Qpa/s1600-h/estante+de+livros.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 266px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfBsio1ZtzSF7i-MUoD1VfdZ9acSGJ233eqaAbjeOWMgw1ZzL5jYo7_hH_kLuDToh5D9fud3CXxNAMKMyZfNGrBE4Li71ZTU43A8Lu0dnyqh6jeMnNC39YycroHN73zLpklb3b9Rsj9Qpa/s320/estante+de+livros.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376954727977048722" border="0" /></a><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Meu, pede laranja lima!</span> - saga de um retirante paulistano da Mooca que, fugindo da vida adversa em Sampa, imigra pro sertão do Caicó em busca de melhor sorte.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Pole, Ana!</span> - um relato emocionante da vida e obra da polidora de caras-de-pau, Ana, funcionária do senado.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Vi das secas</span> - impressionante descrição de como o explorador destemido vislumbrou as raras e até então desconhecidas mãos de políticos que não foram molhadas. Ainda.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Sem hora</span> - uma história muito triste, em que um vendedor de relógios descobre que roubaram todos os ponteiros.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Ir à Cema</span> - descrição pormenorizada das aventuras e desventuras do herói, no percurso feito desde Baexo até Cema.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Amor e Ninha</span> - romance épico que revela os caminhos e descaminhos de Ninha, moça inocente que buscava encontrar o amor, mas não o encontrava nunca.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Ô, corte isso!</span> - romance realista, que faz um corte nu e cru na carne do próprio leitor ao relatar como eram feitas as cirurgias nos tempos de antanho.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Ô, ate n'eu!</span> - pungente história sobre um terrorista suicida, que sempre que via alguém carregando algumas bananas de dinamite, logo implorava pra que atassem todas a ele.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Os Certões</span> - eles não erravam uma, nunca!Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-87326195147329789342009-09-02T15:52:00.001-03:002009-09-02T16:34:21.152-03:00Micos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd8aRsipziBvALmw0lSvYxP1CQWF2oIShoBsx6CxxmWX_iI9sw8yXOa7n3IqyiAoU8o2synYgMdMYa1fJj2I7NfxkBdHF0aeeoE1sh9twhyXdxMkYMp7Tp3pai8aNrFohExoNLjZjsTFOx/s1600-h/micos.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 264px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd8aRsipziBvALmw0lSvYxP1CQWF2oIShoBsx6CxxmWX_iI9sw8yXOa7n3IqyiAoU8o2synYgMdMYa1fJj2I7NfxkBdHF0aeeoE1sh9twhyXdxMkYMp7Tp3pai8aNrFohExoNLjZjsTFOx/s320/micos.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376955691881738482" border="0" /></a><br /><br />Primeiro causo<br /><br /><br />O almoço ia animado e concorrido. Todos os amigos do casal recém-casado estavam presentes, lotando o apErtamento, e conversavam animadamente sobre zil assuntos ao mesmo tempo, como de costume. Lá pelas tantas, chegaram umas cinco ou seis pessoas que me eram levemente familiares -- o que me levou a deduzir que seriam daqui da cidade, já que ninguém fez as devidas apresentações -- e que ficaram sentadinhas, todas juntas, num cantinho da sala, conversando baixinho.<br />Foi então que alguém fez a pergunta fatídica:<br /><br />-- Vocês foram assistir ao Maria, Maria?<br /><br />Sim, eu fui.<br />Na primeira temporada, quando o Grupo Corpo passou por aqui, em turnê nacional, fui lá conferir e me encantei com tudo! Coreografia -- sempre me impressionou a capacidade dos bailarinos de fazerem com toda leveza, suavidade e elegância, os esforços físicos mais alucinados, possíveis e impossíveis --, bem como figurino, cenário, iluminação e, claro, a impecável música do Milton Nascimento e performance dos artistas.<br />Depois disso, o Grupo apresentou mais alguns espetáculos -- todos maravilhosos -- e, em seguida, partiu pra turnê internacional e levou o Maria, Maria pro mundo todo ver e aplaudir. Sucesso absoluto!<br />Na volta, uns 3 a 5 anos depois da primeira temporada, resolveram refazer uma turnê nacional com este mesmo espetáculo e novamente passaram por Brasília.<br />Isso aconteceu justamente por ocasião do almoço lá no apErtamento do casal amigo. E a linguaruda aqui resolveu responder à pergunta feita:<br /><br />-- Eu fui, mas não gostei desta vez... Na primeira temporada, eu achei maravilhoso, tão original e emocionante, tão forte e ao mesmo tempo suave, bonito, e eles dançavam com evidente prazer e volúpia... Mas desta vez eu achei que eles já estavam enjoados desse trabalho, depois de tantos anos apresentando o dito cujo pelo mundo afora. Achei que eles dançaram burocraticamente, sem tesão, como quem vai cumprir expediente só pra bater o ponto.<br /><br />Nem bem acabei de dizer isso, uma colega ao meu lado enfiou com decisão seu indignado cotovelo nas minhas desprotegidas costelinhas e sussurrou no meu ouvido:<br /><br />-- Você sabe quem são aquelas pessoas ali no cantinho, que chegaram ainda há pouco?<br /><br />-- Sei não... quem são eles?<br /><br />-- Bailarinos do Grupo Corpo.<br /><br /><br />Fecha o pano. Rápido!<br /><br /><br />*<br /><br /><br />Segundo causo.<br /><br /><br />Também um almoço, desta feita numa linda casa em Búzios.<br />Minha amiga B., que andava pela cidade a passeio, estava presente neste almoço, levada por um colega. Não conhecia nenhuma outra pessoa, mas, longamente treinada pela vida de filha de diplomata, ficava perfeitamente à vontade entre estranhos. No entanto, neste dia em particular, talvez acometida por uma TPM galopante, ela não se sentia nada diplomática e, pra piorar, estava um tanto entediada com a conversa fiada dos ilustres desconhecidos e com a música de fundo.<br />Lá pelas tantas, alguém falou:<br /><br />-- Vou botar um disco da N.C.. Alguma objeção?<br /><br />-- Sim. -- disse a minha amiga, um tanto ácida -- Eu faço objeção. Não suporto essa cantora! A voz dela e o jeito de cantar são intragáveis! -- arrematou dando uma profunda tragada no cigarro.<br /><br />O colega dela, que estava ao lado, então, perguntou bem baixinho:<br /><br />-- Você sabe de quem é esta casa onde nós estamos?<br /><br />-- Sei, de uma amiga sua.<br /><br />-- Na verdade, esta casa é da mãe da minha amiga... E a mãe dela é a N.C..<br /><br /><br />Fecha esse pano logo, antes que alguém pague outro mico horrendo desses!Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-79724211499768171962009-09-02T15:51:00.001-03:002009-09-02T16:40:22.683-03:00Ciúme<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcZun2VW7awF_YZ12hFYuXThHft3PGPonrYKkqWNAJhVd9u0IzqHMBDwiXe86FRNLLE6MH-L2xlSausb0kcYbSfR4oTl9TVkmA3TZgYTOB-h5OIIVXgOZ6CdN-DUOnNl7Szu0RIqmQiAW0/s1600-h/ciume+e+um+coracao.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcZun2VW7awF_YZ12hFYuXThHft3PGPonrYKkqWNAJhVd9u0IzqHMBDwiXe86FRNLLE6MH-L2xlSausb0kcYbSfR4oTl9TVkmA3TZgYTOB-h5OIIVXgOZ6CdN-DUOnNl7Szu0RIqmQiAW0/s320/ciume+e+um+coracao.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376957240373951026" border="0" /></a><br /><br />O ciúme nasce no pensamento.<br /><br />A pessoa primeiro tem que pensar -- pô, tô sendo traída(o)!<br /><br />Não. Não é assim tão simples. A raiz e causa primária desta triste constatação, que também vem do pensamento, é a estranha distorção que os fatos reais sofrem lá pelos intricados caminhos neuronais no cérebro da(o) ciumenta(o).<br /><br />Pra ilustrar esta idéia, vou contar mais um causo.<br /><br /><br />Há uma expressão muito boa, que traduz com perfeição aquela situação em que a pessoa enxerga coisas que, na realidade, não estão ali -- "ver chifres na cabeça de cavalo".<br /><br />Assim é com o ciúme mega-ultra-super-hiper-exacerbado.<br />Só que, no caso, muito tristemente, não se vê os chifres exatamente na cabeça do aliviado equino.<br /><br />Para este tipo de ciumenta(o), toda e qualquer pessoa do sexo oposto que se aproxime do seu ser amado, ou que simplesmente se encontre dentro do seu campo de visão, torna-se imediatamente uma ameaça. Não potencial, mas real. Na sua fértil imaginação, naturalmente.<br /><br />E este era o caso de Margarida.<br /><br />Tava lá o Pitchuquinho saindo da facul de mãos dadas com a Margarida, quando chega uma colega deste, a Cássia Carolina Duncan Ro Ro, e começa a conversar:<br /><br />-- E aê, rapá? Bora bater uma bolinha no sábado e depois vamo jogar uma sinuquinha de leve, hein? Tomar umas breja com linguicinha, hein? Linhais, cê tem umas chuteiras pra me emprestar, véi? As minhas eu emprestei pro Sandrão, aquela minha amiga que trabalha na estiva, tá ligado?... Pensando bem -- ela diz enquanto olha pros pés do rapaz -- acho que não vai dar... seus pés são muito pequenininhos!<br /><br />Mas o que a Margarida ouvia era o seguinte:<br /><br />-- Ai, meu gostosão irresistível, meu garanhão atlético, meu atleta de colchão, meu docinho de coco ralado... * suspiro * ... que tal um motelzinho no sábado depois do seu futebol e da sua sinuquinha, hein, meu gatinho manhoso?<br /><br />Depois quem pagava o pato era o pobre do Pitchuquinho, que tinha que ouvir uma enxurrada de "gentis" palavras, sem ter feito nadinha que justificasse o fato.<br />E era sempre assim, fosse a velha tia de Botucatu tamanho GGGplus que veio pra visitar, fosse a priminha magérrima, de pernas tortas, dentucinha, com um ligeiro problema de acne e um discreto estrabismo, fosse a faxineira do supermercado, a médica do posto de saúde, a avó do melhor amigo, a própria irmã, a sobrinha de sete anos de idade, não tinha conversa. Margarida logo enxergava trocas de olhares e de e-mails, telefones, orkuts e facebooks; via línguas sendo passadas lenta e sensualmente pelos lábios, olhares de peixe morto, poses lascivas e sensuais, tudo dirigido inequivocamente ao seu Pitchuquinho... e mandava ver na bronca -- espinafrava tanto o coitadinho, quanto a involuntária e inocente "rival", que ficava com cara de será-que-ela-tá-me-confundindo-com-outra-pessoa?<br /><br /><br />Um dia o Pitchuquinho se cansou dessa história. Não é que tivesse deixado de amar a moça, mas simplesmente não conseguia mais se acostumar à coleira. Nem à bola de ferro presa aos pés. Nem às correntes e cadeados. Nem à burka. E muito menos às alucinações da Margarida, que decididamente estava a cada dia viajando mais e mais na maionese.<br />Então deixou a moça e se casou com a Literatura.<br />Dizem que hoje em dia o casal está muito bem, obrigada, e que já teve muitos filhinhos -- Conto, Crônica, Romance e Poesia. E ainda há um Ensaio na barriga.<br /><br />E a Margarida?<br />Deve estar com o Tchutchucão, agora, e como de hábito, provavelmente ainda estará a enxergar enormes guampas na cabeça de uma certa imaginativa e ciumenta potrinha...Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-37789358422110693852009-09-02T15:50:00.002-03:002009-09-02T16:52:27.986-03:00Na repartição<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPwknntTpvHYXXs-pdLTbbDrh34ZGCjYJ9-EB_tfFq-iOiDmIuShcYy3V3FfPwz0sdX0SWhp__wwvsua7aLjKw1gONSpDyDZlJfe-XurVV63RBfriMKGsQjOHPOsLWr0ESopL-jjO8AbRo/s1600-h/reparti%C3%A7%C3%A3o.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 304px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPwknntTpvHYXXs-pdLTbbDrh34ZGCjYJ9-EB_tfFq-iOiDmIuShcYy3V3FfPwz0sdX0SWhp__wwvsua7aLjKw1gONSpDyDZlJfe-XurVV63RBfriMKGsQjOHPOsLWr0ESopL-jjO8AbRo/s320/reparti%C3%A7%C3%A3o.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376960353130568578" border="0" /></a><br /><br />-- Dona Clotilde, cadê o relatório?!<br /><br />-- Só se for agora, chefia! Num minutinho!<br /><br />O "chefia" sai batendo a porta, esbaforido, chiando e soltando mais fumaça do que trem antigo. E a Dona Clotilde imediatamente volta à postura e expressão relaxadas de costume. Pachorrentamente, tira uma lixa de unhas da bolsa e começa a manicurar seus impecáveis apêndices digitais de quase 5 centímetros, os quais lhe servem de álibi perfeito pra justificar o ritmo de lesma paralítica com febre reumática com que digita seus raros e parcos relatórios. Abre parêntese. Quando se trata de mandar e responder e-mails pessoais, daqueles cheios de pps e de correntes e de alertas e dicas de saúde e receitas pra celíacos e fotos de crianças desaparecidas e aquelas piadas que, de tão batidas, praticamente já circulam pela rede por moto próprio, o ritmo e a quantidade sofrem um ligeiro incremento. Fecha parêntese.<br /><br />A colega da mesa ao lado, com jeito conspiratório, pergunta baixinho:<br /><br />-- Ô, Clotilde, você não vai fazer o relatório agora? Olha que o Chefia tá soltando lava incandescente pelos poros...<br /><br />-- Ah, não esquenta, não!... Esse cara vai ter um piripaque qualquer hora, se não aprender a relaxar... Não sei pra que tanto estresse! No fim, vai tudo pro arquivo, mesmo.<br /><br />Depois do trato às unhas, do quarto cafezinho com biscoito, do sexto copo de suco de maracujá, de oito saidinhas pra fofocar com as colegas lá do outro departamento e de tirar xerox de uma receita de bolo que saiu na revista que a moça da copa emprestou, finalmente Dona Clotilde se acomoda devidamente em sua cadeira, ressuscita o PC que tava tirando um cochilo, ajeita o teclado, o mouse pad, e assume a atitude alerta e concentrada de quem vai principiar uma tarefa importante.<br /><br />-- Eita, Clotilde, resolveu finalmente desencavar o relatório, é? -- pergunta a conspiradora da mesa ao lado.<br /><br />-- Que relatório?... Ah, aquele... Nada, menina! -- inclina-se mais pra perto da colega e cochicha -- Sabe a Dulcinéia, aquela que senta na mesa do cantinho lááá atrás? Eu pedi pra ela fazer e ela topou! Aliás, você já reparou como aquela criatura tra-ba-lha o dia inteirinho, sem parar? Eu fico até cansada só de olhar!... Credo, no mínimo, deve ser mal amada, coitadinha.<br /><br />Com um suspiro profundo e cara compungida, volta a se concentrar na tela do PC. Faltava só um bocadinho pra terminar a partida de spider. E distraidamente ficou a pensar se, em seguida, jogaria solitaire ou freecell. Depois sorriu com o gozo antecipado da idéia da greve geral marcada pra semana seguinte -- pauta da reivindicação: aumento dos salários e benefícios --, uma oportunidade excelente pra ir passar uns dias em Caldas Novas ou Piri.<br /><br />-- É isso que esgota uma pessoa, viu?... O tempo todo a gente tem que escolher e tomar decisões, sem ajuda de ninguém... Ufa, tô e-xaus-ta!... Já deu seis horas, meu bem?Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-12704078734488108062009-09-02T15:47:00.002-03:002009-09-02T17:03:08.500-03:00Causo quase porno-erótico da arquiteta<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2W3LZGi7rwZS5lqEGXfYpCnUXIHXSQCmJB1AaXfpedgZ-vFPAdVMsQfJFvFw8_ouz_uNXHNdTic9Z39QGrRrlY3BtHKBfJf6X7sRYmIEmVea72ZNphRl7UqxwUWtJNUyw5a0smsdtNpec/s1600-h/constru%C3%A7%C3%A3o.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 252px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2W3LZGi7rwZS5lqEGXfYpCnUXIHXSQCmJB1AaXfpedgZ-vFPAdVMsQfJFvFw8_ouz_uNXHNdTic9Z39QGrRrlY3BtHKBfJf6X7sRYmIEmVea72ZNphRl7UqxwUWtJNUyw5a0smsdtNpec/s320/constru%C3%A7%C3%A3o.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376963110750742066" border="0" /></a><br /><br />-- Dotora, os home da betonera chegô, mas eles não truxe o vibradô.<br /><br />Ao enunciar esta frase, o mestre de obras deixou entrever um brilho de prazer irônico no olhar e virou o rosto, olhando pro horizonte de valas abertas e estacas e fios e a parafernália de praxe.<br /><br />-- E você não tem um vibrador lá no seu quarto de ferramentas?<br /><br />Não foi fácil manter a postura e a compostura de quem não pretende passar recibo por aquele olharzinho sacana. Mas a voz saiu quase, quase natural, talvez apenas um pouco mais lenta e grave...<br /><br />-- Tenho não, dotora... mais num será o causo de a sinhora ter um aí na sua bolsa, não?<br /><br />Aposto que foi isso que ele pensou, o safado. Só se eu fosse a Mara Tara, pra ter um vibrador de concreto na minha bolsa. Além do mais, ele teria que ser retrátil, como os... de verdade. Ou então eu teria que carregar num tubo daqueles de guardar projeto. Ai, que viagem! Olha eu embarcando na minha própria alucinação! Pra quê que eu iria querer um negócio desses? Pra vibrar concreto. Mas eu não ponho a mão na massa. Nem o vibrador.<br /><br />-- Vá perguntar na obra ali na esquina se eles podem emprestar um.<br /><br />Boa!... Assim eu mato vários coelhos com uma caixa d'água só. Me mantenho na posição de autoridade máxima comandante em chefe desta joça de obra, mando ele sair da minha presença por alguns instantes e ainda resolvo o problema da falta de vibrador. De concreto.<br /><br />Nos minutos que ele leva pra ir até lá e conversar fiado com o outro mestre de obras e só então voltar, recomponho minha dignidade à beira de um ataque de risos. Sabe como é, tem que manter o respeito, senão, ba-bau! Mas não tá fácil. Alguém, por favor, conta uma piada aí, depressa!<br /><br />-- Eles emprestou.<br /><br />Quantos homens simples e rudes estão presentes em torno das valas dos baldrames, prontas pra receber o recheio? Uns doze a quinze, eu diria, contando com o motorista da betoneira. Quantas mulheres? Uma, eu. Qual é minha função nesta obra? Acompanhar, supervisionar e ser responsável técnica. Tá, então, o quê que eu faço agora? Abotoa uma cara de tô nem aí, assista às primeiras vibradas e dê-se por satisfeita. Profissional e tecnicamente falando.<br /><br />O concreto vai sendo derramado, meio viscoso, meio áspero, bruto. E o mestre de obras começa a função. Levanta aquele vibrador que poderia ser o brinquedinho de uma elefanta solitária e fogosa, num gesto muito másculo de caubói extemporâneo, liga a coisa no ar e só então vai baixando, lentamente, até a vala, agora cheia daquela massa pedregosa (daí a necessidade de se vibrar), e afunda a trapizonga com uma espécie de volúpia mal contida...<br />Seus olhos estão baixos, voltados pro serviço. Mas a expressão do rosto é de puro divertimento cínico. Ou de cinismo divertido, não sei bem.<br />Meus olhos estão baixos (minha visão periférica é muito boa), voltados pra vala. Minha expressão, provavelmente, é de alguém que está tentando disfarçar o fato de que tem uma abelha viva dentro da boca. A hilaridade da cena é coisa de filme! Comédia pura!<br />Ele capricha nas entradas e saídas, nos requebros de pulso, nos staccatti e nos vibratti; caminha com lascívia quando se dá por satisfeito num trecho e recomeça em outro, sem perder o timing nem a marotice nos gestos. E o tempo todo faz caras e bocas que poderiam ter sido do Chaplin. Ou do Mister Bean.<br /><br />-- Bem... muito bom, excelente trabalho. Continue fazendo assim.<br /><br />-- Não pára! Não pára! Não páááraaa...<br /><br />Aposto que ele pensou isso, o cafajeste.<br />Vou caminhando em marcha tranquila até o meu carro, que está lááá longe. E ainda bem que está, porque, assim que entro e fecho a porta, posso soltar toda a gargalhada que tinha ficado entalada até então, daquelas de sair lágrima dos olhos e a gente ficar sem força...<br />Quando finalmente consigo arrancar com o carro, vou pensando.<br />Algumas profissões têm batismo de fogo, outras de água, quiçá haja as de terra ou de ar. Mas a profissão de arquiteta tocadora de obra tem batismo de vibrador. De concreto.<br />E a primeira vez a gente nunca esquece...Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-35276487967152663012009-08-21T09:04:00.003-03:002009-08-21T09:15:11.309-03:00Eu enquanto pessoa a nível de ser humano - um conto do vigário<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4iMoDogAB2jBsE2Cta-JvvpvBqB3uferFMlv1kJqImY-Xb-jeBw6wswb3QvHHoIM2kM0irB6zbjBUv5O6swvmlT7BOb2ovOtZBx66xueWtIJsb4am2AH7U04x9hpDAZma7dzwXDzfcWS6/s1600-h/congresso.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4iMoDogAB2jBsE2Cta-JvvpvBqB3uferFMlv1kJqImY-Xb-jeBw6wswb3QvHHoIM2kM0irB6zbjBUv5O6swvmlT7BOb2ovOtZBx66xueWtIJsb4am2AH7U04x9hpDAZma7dzwXDzfcWS6/s320/congresso.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372388560181653730" border="0" /></a><br /><div class="tex"><br /><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:verdana;">A madrugada já ia alta, e a desalentada mestra, apesar de andar sonhando acordada que finalmente era hora de ir dormir, continuava sentada em frente à tela do computador. Faltavam ainda umas quinze monografias pra revisar.</span><span style="font-family:verdana;"><br /><br />"Eu enquanto pesoa a nivel de cerumano coloco que o diferensial da proposta agrega valor ao imajinario no subiconçiente coletivo da comunidade carente no contesto da orbi urbana da posmudernidade".</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">A esta altura, o desespero e a indignação já deram lugar a um torpor quase indiferente. Procura e encontra na sua caixa de entrada a resposta da aluna à sua mensagem enviada há uma semana:</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">"feçora si nen vc intendeu km eh q eu vo entede"</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Boa pergunta. Ainda que sem ponto de interrogação.</span><br /><span style="font-family:verdana;">De fato, nestes tempos de ctrl+c, ninguém mais sabe dizer o que quis dizer. Por isso ninguém mais SE forma... apenas forma... o quê, sabe Deus!</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Há quem defenda que a língua vernácula é que deveria ser a nossa</span> <span style="font-family:verdana;">língua pátria oficial, em contraposição ao chamado "preconceito</span> <span style="font-family:verdana;">linguístico" dos que falam erudito. Por mim, tudo bem. Seria muito interessante ler uma tese sobre neurocirurgia escrita em vernaculês.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">"U célebru é um trem múintchu importânti nus pissuá tudu. É eli qui</span> <span style="font-family:verdana;">guverna u rins, u istambu, u figu i as tripa tudu. U célebru tem uma</span> <span style="font-family:verdana;">carrada di neurônu quié u qui fais u cabôcu assuntá. É eli qui fais</span> <span style="font-family:verdana;">ocê sabê dôndi quié as isquerda i as diretcha, é eli qui fais ocê andá</span> <span style="font-family:verdana;">di bicicreta sem distrambeiá i distabocá nu xãu. Pa operá u célebru,</span> <span style="font-family:verdana;">ocê tem di pegá u cabôcu, dá umas nestezia preli drumi i num sinti dô.</span> <span style="font-family:verdana;">Adispois queli drumi, é ondi qui ocê pega i abri u quengu du cabôcu i</span> <span style="font-family:verdana;">iscarafunxa lá dentu pa vê ni dondi qui tá u tumô. Adispois di tirá u</span> <span style="font-family:verdana;">tumô fora, ocê ispera u cabocu cordá pa vê se deu certu, pruque eli</span> <span style="font-family:verdana;">podi cordá i ficá todu trapaiadu o bobu. Si eli num cordá, é pruque</span> <span style="font-family:verdana;">eli impacotô."</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Pensando bem, acho isso preferível a:</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">"Em que pese a transubstanciação do aspecto unívoco na preponderante haplotomia heideggeriana intrinsecamente revinculada à resipiscência dicotômica do substrato filogênico, associada inapelavelmente à comburida virtualidade keiserlinguiana no seu modo mais semiótico e etereamente regougante..."</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Eu deveria ter feito aquele concurso pra câmara... Hoje estaria ganhando muito bem, obrigada. Não há muita diferença entre aturar alunos desinteressados e semianalfas, colegas ególatras e pretensiosos, e aturar deputados e senadores corruptos, a não ser pelo salário.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">O dia começa a clarear. Com os olhos vermelhos, ela se arrasta até a cozinha. Enquanto passa o café, fica imaginando um mundo melhor depois das reformas que se impõem com urgência.</span> <span style="font-family:verdana;">A faxineira chega.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Selycleide, quero falar uma coisa muito importante com você.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Ai, Dona Dotora, foi sem aquerê!... Tava c'as mão insabuada e as 12 chicrinha c'os pratim, mais o búli e a leiterinha, caiu e crebô...</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Não, Selycleide, é outra coisa... É muito, muito importante que você não vote de novo no mesmo candidato em quem votou da última vez.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Cuma?</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Se nenhum desses deputados e senadores safados for reeleito, há uma grande chance de se renovar a política no Brasil!</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Tá bão... é justo... -- ela responde, apesar de não ter entendido muito bem -- Só tem um pobrema, Dotora Dona, eu não si alembro ni quem qui eu votei. Só mi alembro que tinha uma popraganda bunita na televisão. E que o patrão do Maicon Wesleyson, meu home, mandou ele mais os colega tudo votá num bacana lá, qui ele nem si alembra quem que é, e que se o bacana ganhava, eles ia levá de presente um radim aipódi... o bacana ganhô e o aipódi qui é bão, nem chêru!</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Não tem jeito. É filme de terror. Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come. Sem nem ao menos fazer um carinho, dar um beijinho, telefonar no dia seguinte. Come a seco mesmo, na brutalidade.</span><br /><span style="font-family:verdana;">É isso que os sucessivos desgovernos deste país fazem com a gente -- um estupro selvagem.</span><br /><span style="font-family:verdana;">O povo mesmo é trabalhador, é um bravo e nunca desiste!</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Dona Dotora, a sinhora me adiscurpa, mais é que eu mais o Maicon tá disistino de trabaiá...</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Mas por que, Selycleide Abadia?!?</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- É que ocê paga p'a eu um salaro mimo, o patrão do Maicon tumém... e se eu mais o Maicon pára de trabaiá, nóis ganha siguro disimprego, bolsa famia, vale gás, tique transporte, tique alumentação, lote no Recanto das Ema e ainda defende algum pur fora indo batê palma nos comiço dos candidato.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Mundo cruel e injusto, este... Agora, além de ter que continuar a lidar com a manada de praxe de alunos semianalfas, indisciplinados e desinteressados, vou ter que limpar, passar, cozinhar...</span><br /><span style="font-family:verdana;">Eu devia ter me casado com o Serjão... Ele passou pro Banco Central logo depois de entrar pra UnB e hoje mora no Lago Sul. Teria uma vida de princesa, só batendo perna no Parkshopping e comprando livros e CDs na Fnac.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Mas a vida real não espera e conclama. Hora de ir pro batente mais uma vez. Quer dizer, hora de pegar no batente em outro lugar, porque o batente de casa não dá mais tempo. Pega um ônibus lotado até a faculdade particular em Valparaiso. De lá, volta pro Plano Piloto e dá aula numa faculdade particular na Asa Sul e, mais tarde, em outra no Lago Norte. E no caminho sonha mais uma vez com aquela bolsa de estudos nos Estados Unidos.</span><br /><span style="font-family:verdana;">Mesmo sabendo que é um sonho impossível, porque com aquela cara e sobrenome de árabe...<br /><br /><br /></span> </span></div> <div class="aut" style="font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;">Maria Iaci</span></div> <span style="font-size:100%;"><span style="font-family:verdana;">Publicado no Recanto das Letras em 21/08/2009<br /><br /></span></span>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-56452070039016417742009-08-20T08:08:00.002-03:002009-08-20T08:16:51.419-03:00O pipoqueiro do Caseb<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKf2964mOMB-hJDXVH7f-R3TLaM-PjBlhk6dE-6Je245i1-aAKln6PF69aiDb1AApYZ41Z3kb0jTa3SvxnM8HVFqHVDnUyd9hnGpRIU0t7z6nVNAm1-xhucKBBhwNALf_uLk2IECqNKR_a/s1600-h/Pipoqueiro.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 258px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKf2964mOMB-hJDXVH7f-R3TLaM-PjBlhk6dE-6Je245i1-aAKln6PF69aiDb1AApYZ41Z3kb0jTa3SvxnM8HVFqHVDnUyd9hnGpRIU0t7z6nVNAm1-xhucKBBhwNALf_uLk2IECqNKR_a/s320/Pipoqueiro.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372003158557238034" border="0" /></a><br /> <br />Entre as várias lendas e folclores que Brasília já tem, apesar de ainda nem ter completado 50 anos, tem uma que eu me sinto confortável em falar, porque fui testemunha ocular e auricular do fato. É a história do pipoqueiro que vendia maconha na porta do Caseb (alguns diziam da Caseb).<br /><br />Sinto desapontar os afeitos às lendas, mas é fato, aconteceu de verdade. Eu estudava lá.<br /><br />Um fim de tarde daqueles bem típicos em pleno período de seca, em que você se sente como se estivesse numa espécie de limbo, tava a molecada saindo da escola que nem morto-vivo, só querendo chegar logo em casa, quando rolou o bochicho -- sirenes, freadas, luzes piscantes e faiscantes, homens de farda, comandos altos e sonoros em ação... e lá se vai nosso pipoqueiro, preso em grande estilo!<br />Alegação: vendia maconha pras criancinhas inocentes.<br /><br />Meu queixo caiu!<br />O meu e de mais uns 300 moleques, porque a gente nem desconfiava que o cara vendia algo além de pipoca.<br />Cabreira e descolada, fui perguntar prum chapa que eu sabia ser amigo de um baseadinho, se a denúncia procedia.<br />Procedia. Mas era na maior discrição... tanto é que nem eu, nem ninguém que não fosse do ramo (sem trocadilho), sabíamos disso.<br />E que eu saiba, ele jamais me vendeu -- ou pra qualquer conhecido meu -- pipoca de maconha, ou pipoca com maconha, ou baseado triturado em vez de sal na pipoca, ou maconha derretida no lugar da manteiga. Pelo menos as pipocas que comi tinham cheiro e sabor de pipoca. Com manteiga e sal. Substâncias perfeitamente legais, encontráveis em qualquer cozinha doméstica e domesticada. Porque naquele tempo não existia colesterol nem pressão alta.<br />Aliás, ele tampouco nos ofereceu as famosas -- e jamais vistas -- balinhas de maconha, com o fito torpe e pérfido de viciar os infantes incautos.<br />Eu tenho mesmo essa cara de viajandum, é de nascença. Não foi efeito da pipoca nem da balinha jamais vista ou chupada.<br /><br />Não me lembro se este pipoqueiro voltou ou não. É pouco provável, tempos muito duros. Mas me lembro com certeza de que os outros fornecedores de coisas que não eram pipoca, que, naturalmente, nada -- frisa-se: nada -- tiveram a ver com a prisão do pobre do concorrente, sendo um deles fardado, embora do baixo clero, e o outro filho de Alguém, do Alto Clero, continuaram tocando os seus negócios com muita calma e tranquilidade...<br />Aí já não era mais segredo pra ninguém, embora não houvesse um que tivesse coragem de dizer isso mais alto do que um sussurro.<br />Perigava amanhecer sendo despejado do opalão branco no cerrado lá pras bandas da Barragem do Descoberto, pra lá da Ceilândia, e descobrir que tinha morrido. Tempos muito duros.<br /><br />O tempo passou, o Caseb mudou, a gente cresceu... e uma noite no Beirute ouvi um grupo animado numa mesa próxima -- quiçá estivesse lá você, Wilson? -- discutindo acaloradamente se esse causo era lenda ou era verdade.<br />Não passou muito tempo, li sobre isso num artigo de um importante jornal do sudeste maravilha, dentre uma lista de outros mitos fatológicos de Brasília. Depois ouvi e li referências a este episódio em zil lugares diferentes. E ontem li num site estrangeiro! Provavelmente um recuerdo de algum filho de diplomata ou algo do gênero, que morou por aqui naquela época. Engraçado como essa historinha rendeu e caiu no gosto dos jornalistas, quando eles precisam tapar algum buraco na publicação (como se faltasse assunto)!<br /><br />Em tempo, não assino embaixo desta crônica e não me comprometo, porque os eflúvios da marofa do tema podem ter afetado meu senso de percepção da realidade. E a minha noção de perigo.<br /><br />Esta crônica se autodestruirá em 5 segundos.<br />Sem contagem regressiva.Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-18682147326738587652009-08-18T17:38:00.007-03:002009-08-18T19:57:18.234-03:00Mais causo da Antônia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji4o2qU8AtNnrYAOLpvrgxeKSDb__OCGw5ZwsGPMvKgIUnf4nH-kMYCjFAmvSiK1vCEkqfMIFpeAkgA2emmMB_ajDXhQ1hsySW3PhvfIhYHG_kutXPG9t6Pm81TSb19sSQwa-nDIiQ7J2O/s1600-h/Terra+2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 318px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji4o2qU8AtNnrYAOLpvrgxeKSDb__OCGw5ZwsGPMvKgIUnf4nH-kMYCjFAmvSiK1vCEkqfMIFpeAkgA2emmMB_ajDXhQ1hsySW3PhvfIhYHG_kutXPG9t6Pm81TSb19sSQwa-nDIiQ7J2O/s320/Terra+2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5371406402440136146" border="0" /></a><br /><br /><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:verdana;">Antônia, um dia, veio me perguntar o que era esse tal de "el ninho".</span> <span style="font-family:verdana;"><br /><br />Eu já havia apresentado a ela o globo terrestre -- eu tinha um pequeno e barato, mas que serviu perfeitamente aos seus e aos meus propósitos --, de modo que só precisei fazer um rápido recuerdo.</span><span style="font-family:verdana;"><br />Mostrei a ela o Rio Amazonas, que ela conhecia da TV e, portanto, sabia que era um rio enooorme e largo como ela jamais vira na vida. Depois mostrei de novo o Oceano Pacífico e tracei sobre ele, com meu dedo, o caminho do "rio dentro do mar", que, numa certa época do ano, fica quente lá do outro lado do mundo e traz esse calor pra cá, assim. E que esse calor provoca mais chuva ali, mais seca acolá, conforme se vê na televisão.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Vi nos olhos dela que ela havia compreendido perfeitamente. Bem como o sorrizinho satisfeito que ficava estampado na cara alegre, toda vez que Antônia aprendia alguma coisa diferente.<br />Mas, de repente, seu rosto ficou sombrio.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Quê que foi, Antônia?</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- ... é que ocê ensina p'a eu um tanto de coisa... mas eu num dô conta de ensiná ocê...</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Ensinar o que? -- logo ela que já tinha me ensinado muito sobre plantas e ervas daninhas e bichos e pragas e várias outras coisas fundamentais pra quem pretende "criar" uns canteiros, mas não sabe nada do assunto!</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Cumé que eu sei quando vai inverrrná.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">E, de fato, eu perguntei zilhões de vezes a ela, mas ela nunca me esclareceu como era possível, num dia cheio de sol e céu azul e calor, esta criatura olhar pra cima, pros morros, pras matas e, mais parecida com uma índia-pajé do que nunca, declinar com aquele sotaque cheio de erres muito líquidos e entonações arrastadas:</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">-- Vai inverrrná...</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">E dali a algumas horas se instaurava o inverno mais gelado no meio do verão!<br /><br /></span> </span>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4091102942208798538.post-50805379053465411052009-08-18T15:49:00.002-03:002009-08-18T15:53:46.242-03:00Os olhos do Pablo<span style="font-weight: bold;"><br /></span> <div class="tex">Estava conversando com uma jovem amiga, que está se iniciando no mundo da fotografia -- digital, naturalmente --, e me encantei com o entusiasmo e empenho com que ela está fazendo isso.<br /><br />Foi inevitável me lembrar, com um largo e bobo sorriso dançando no rosto, da época em que uma das minhas casas -- além da materna e da universidade --, era a oficina-casa do meu amigo Paulo.<br />Lá aprendi muitas coisas: sobre cores, luzes, químicas, registros, imagens e até mesmo sons, ainda que coadjuvantes e de fundo.<br /><br />Entre os muitos nichos sagrados desta saudosa oficina-casa, havia o laboratório de fotografia, onde se preparava as telas de serigrafia e, claro, se revelava e copiava fotografias, como se fazia muuuuito antigamente.<br />Eu acompanhava, com a circunspecção e reverência de uma noviça, todo o ritual preciso que havia em cada uma destas artes, sobretudo na fotografia.<br />E jamais, nunca, nem se eu perder o cérebro, vou me esquecer do dia em que, ao copiar as primeiras fotos do filho do meu amigo, a primeira coisa que surgiu no papel, sob a indefectível luz vermelha e nossos olhares encantados e molhados, foram os grandes e meigos olhos do Pablo, meu afilhado.<br /><br />Que já ultrapassou pai e madrinha em altura e já é um rato de oficina feito o pai, há muitos anos, mas que não perde nunca aqueles olhos doces e meigos... quem vê, nem imagina o tanto que é turrão, igual ao pai, hehehe... talvez até por isso eu goste tanto daqueles dois!<br /><br />Então pensei, que pena que a foto digital eliminou esses nichos sacrossantos e essas mágicas alquimias... em compensação, naquele tempo bem que todos nós suspirávamos por alguma folga genial como essa mamata digital toda, que só existia na ficção científica. E em Hollywood, claro.<br />E hoje agradecemos e brincamos bastante, com aquele mesmo sorriso bobo lá do começo.<br /><br /></div> <div class="aut">Maria Iaci</div> <div class="info">Publicado no Recanto das Letras em 18/08/2009<br /> Código do texto: T1760827</div>Maria Machttp://www.blogger.com/profile/13007190577099791747noreply@blogger.com0